O humorista Léo Lins causou polêmica nas redes sociais ao expor, na última terça-feira (21), uma matéria do jornal Folha de São Paulo onde são divulgadas as obras de Samuel Saboia, jovem artista negro que já teve suas obras expostas mundo afora. Em seu perfil no Instagram, o comediante desdenhou do trabalho do artista plástico recifense, e a publicação foi seguida de diversos comentários promovendo o linchamento das obras do jovem.
No post, Léo usou a legenda: “Com 5 anos eu poderia estar expondo meus desenhos em NY, mas minha mãe me incentivou a melhorar”. Nos comentários da publicação, é possível observar a continuação dos ataques com cunho de racismo recreativo, onde os seguidores do comediante zombam do cabelo e das roupas do artista, além de associar sua imagem a maconha e violência.
Entre os ataques desferidos gratuitamente contra o artista, estão: “ele deve ter pintado enquanto era espancado”, “a ‘arte’ dele já é uma violência pros nossos olhos” e “até meu amigo com donw desenha melhor bixo pqp”, – este último, comentário de cunho capacitista.
As mensagens ainda relativizam a situação da violência no Brasil, como podemos ver em: “a violência no Brasil ‘tá’ tão feia assim?” e “provando que existe coisa mais feia que a violência no Brasil”. Além disso, a forma de se vestir e o cabelo do artista também são motivos de chacota entre os seguidores: “E ainda foi de pijama sem pentear o cabelo, o lazarento”, escreveu o lutador de MMA Paulo “Borrachinha”, ferrenho defensor do governo de Jair Bolsonaro.
A matéria divulgada no Instagram de Léo Lins é do jornal Folha de São Paulo e foi publicada em outubro de 2018.
Histórico
O humorista Léo Lins já é conhecido por praticar um tipo de humor que vale de preconceito contra todos os tipos de minorias sociais. Se autointitulando “rei do humor negro”, Léo participa atualmente do programa The Noite do SBT, junto do também conhecido humorista Danilo Gentili. Em um dos episódios, em 2017, ele chegou a comparar negros mortos com corpos queimados, dizendo que, caso caísse um meteoro na Terra, os médicos teriam dificuldade de reconhecer a quantidade de pessoas negras mortas, já que todos os corpos estariam queimados. Em outra ocasião, Léo afirmou que negros não buzinam no trânsito para “não chamar atenção para carro roubado”.
Sobre o artista Samuel Saboia
O artista alvo do linchamento promovido por Leo Lins é o jovem recifense Samuel de Saboia. Conhecido no Instagram como Sarmurr, o artista plástico retrata em suas obras, entre outras coisas, a violência sofrida por jovens, negros e a comunidade LGBTQI+ no Brasil. O artista precoce começou a pintar aos 12 anos de idade e já realizou exposições de suas obras em Lisboa, Paris e Nova York.
Quanta distorção na matéria, esse tipo de conteúdo deveria ter rigor jornalístico e não militante.
Bom dia, Roberto.
Das duas, uma. Ou você não nos acompanha, ou é só mal intencionado mesmo. Dá uma olhada na matéria e nas “piadas” deste humorista, depois conversamos melhor.
Abraços!