Impulsionado pelo recente episódio de racismo sofrido por Vini Jr, na última segunda-feira (22) o Movimento Nacional dos Direitos Humanos (MNDH) e o Centro de Articulação de Populações Marginalizadas (Ceap) formalizaram um pedido de denúncia à Defensoria do Povo da Espanha, solicitando investigação a respeito do racismo estrutural que o jogador vem sofrendo.
A informação foi divulgada pelo órgão na quarta-feira (24), notificando que o pedido foi aceito. “A intervenção da instituição responde a denúncias recebidas ontem, 24 de maio, de duas organizações da sociedade civil brasileira por incidentes “de cariz xenófobo e racista” ocorridos durante o referido jogo de futebol. […] “, afirma o trecho do comunicado feito pela Defensoria do Povo.
Com esta ação, a Ouvidoria solicita informações ao CDS sobre as ações que possam ter sido realizadas sobre esses eventos no âmbito da Comissão Estadual contra a Violência, o Racismo, a Xenofobia e a Intolerância no Esporte, que contempla a referida Lei”, completa a nota.
O documento enviado pelas autoridades brasileiras apresenta 10 episódios em que Vinicius Junior foi alvo de ofensas de cunho racista na Espanha, indicando o fator estrutural no crime ocorrido no país. Três medidas principais foram estabelecidas no pedido.
São elas: a instauração de um procedimento administrativo para investigar os casos; cumprimento de medidas para garantir o respeito ao jogador pela Federação Espanhola de Futebol; um procedimento administrativo para determinar a responsabilidade do próprio governo nos episódios.
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O pedido é fundamentado nos artigos do Código Penal (Lei 19/2007, de 11 de julho, contra a violência, o racismo, a xenofobia e a intolerância no esporte) e da Constituição da Espanha que categorizam o crime de racismo. Segundo as autoridades locais, a investigação não interfere em medidas de demais órgãos da Espanha.