Integrantes de bloco afro sofrem racismo em escola de música de BH

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Juventino Dias e Camilo Gan, ambos integrantes do Bloco Afro Magia Negra (Arquivo Pessoal)

Na última terça-feira (28), o músico Juventino Dias entrou em contato com a Escola de Música Estação Floresta, em Belo Horizonte (MG), onde também funciona um estúdio, para agendar o ensaio da banda que faz parte. 

Durante a ligação o músico disse que gostaria de marcar um horário para o ensaio do ‘Bloco Afro Magia Negra’. Após dizer o nome do bloco, o atendente disse o seguinte: “Que nome esquisito, quem coloca um nome desses em uma banda? Você deve estar de brincadeira comigo, ‘Bloco Afro Magia Negra’não é nome de banda”, disse o funcionário.

Antes mesmo do músico conseguir finalizar a conversa o atendente desligou o telefone. No mesmo momento, Juventino retornou à ligação tentando entender o porque daquele atendimento tão hostil. Porém, em tom ofensivo, o atendente disse que na escola não ia ensaiar uma banda com o nome de Magia Negra.

Segundo Juventino, a banda já tinha ensaiado no espaço em setembro de 2019, de 22h às 0h, depois da indicação de sua namorada, que havia estado no local dias antes com a Banda “Manteigada”.

O músico lembra que naquela oportunidade fechou a negociação sem falar o nome da banda. “No primeiro ensaio que fizemos nessa escola no ano passado, fechei a negociação me apresentando como Juventino Dias e me lembro que a atendente me tratou com toda educação. Na ocasião não falei que o nome o projeto era Magia Negra”, lembra.

De acordo com Juventino, a página do Instagram da escola, marcada na publicação de outros músicos do mesmo coletivo que denunciaram o fato, respondeu de maneira agressiva a um dos músicos do bloco, que era negro. A outro músico, um homem branco, a página da escola respondeu de maneira educada.

Em sua rede social, o Bloco Afro Magia Negra publicou o seguinte poema, feito pelo percussionista, idealizador e diretor do bloco, Camilo Gan, em repúdio ao racismo sofrido por um dos seus integrantes:

Poesia pra combater os verdadeiros feiticeiros desrespeitosos e racistas.

A maior maldição do Brasil foi a tática promovida pela visão cristã em demonizar o povo negro e a sua cultura.

Se vc come feijoada, dança samba, se anda pelas ruas, tudo tem mão preta, construímos esse Brasil.

Se vc gosta de Bob Marley, Tim Maia, e usufrui de várias tecnologias descobertas por mãos pretas !!!

Vasculhe mais que vc vai saber q a magia negra está em toda parte.

Até o fechamento da matéria a Escola não se pronunciou 

2 Replies to “Integrantes de bloco afro sofrem racismo em escola de música de BH”

  1. tom disse:

    qual o nome da escola?

    1. Escola de Música Estação Floresta

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