Na tarde do último sábado (14), o grupo, formado com estudantes da Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG), no campus Frutal (MG), realizou uma intervenção chamada Varal Preto. Segundo uma das integrantes do coletivo, Julia Fernandes, o evento tem objetivo de falar sobre negritude em todos os espaços. “A primeira ação aconteceu na Festa do Chinelo, um tradicional evento realizado pela Besouteria, a bateria da UEMG Frutal. A escolha não foi por acaso. Por ser um ambiente que pouco se debate questões raciais, nós causamos um certo incômodo e estranheza, resultando na finalidade do ato, que comprova a falta de conhecimento sobre a ancestralidade negra e o racismo estrutural da sociedade, principalmente em Frutal”, avaliou.
Ainda de acordo com Julia, a ação foi muito proveitosa para o grupo e para as pessoas que passaram pela intervenção. “O resultado de toda a ação foi positivo, com apreciação da atividade por grande parte das pessoas. Mas, por outro lado, desconsiderado por boa parte dos presentes, o que era esperado durante o processo criativo já que estamos inseridos em um racismo estrutural e velado”, afirmou.
Dinâmica
Um varal, propriamente dito, foi criado no campus, onde o coletivo expôs várias matérias do site Notícia Preta, mostrando a perspectiva antirracista das notícias. As pessoas eram convidadas, mesmo que rapidamente, a observar fatos cotidianos e recorrentes, mas que são ignorados pela grande maioria das pessoas. De acordo com Julia Fernandes, o ato aconteceu em um lugar diferente do esperado. “Esse foi um pequeno movimento que tentamos mostrar notícia antirracista, baseado no jornalismo do Notícia Preta, com um olhar diferenciado. Agora, queremos que esse ponto de vista esteja constantemente na mente dessas pessoas”, finalizou.
O coletivo
O Coletivo Ágora negra foi criado dentro do Campus Frutal da UEMG com o intuito de unir forças com outros movimentos e para fomentar discussões sobre as questões raciais na cidade de Frutal, interior de Minas. “Mais do que estudantes somos uma comunidade, um só em busca da nossa voz, para que TODOS possam fazer parte dessa descoberta a nossas raízes.