Em novembro de 2018, a gerente de Prevenção à Violência e Criminalidade Juvenil, Etiene Martins, oficializou uma queixa contra um agente da Guarda Municipal de Belo Horizonte, por ter dito a ela que “preto bom é preto morto”. Depois de seis meses, a corregedoria concluiu que a fala do Guarda não configura dolo, mas sim fala inapropriada no local de trabalho. Segundo Etiene, ela registrou um boletim de ocorrência na Polícia Civil, de posse do depoimento do próprio agente que admitia ter dito a frase, mas, segundo ele, “não falou por maldade e que foi de pura alma e que era só uma brincadeira”.
Ainda de acordo com a gerente, quando foi comunicar ao secretário da pasta que iria registrar o boletim de ocorrência, ele a “alertou que se eu levasse essa ideia adiante o ambiente de trabalho iria ficar insustentável”. Um dia depois do registro na Polícia Civil, a chefe imediata de Etiene, Márcia Cristina Alves, Diretora de Prevenção Social ao Crime e à Violência, enviou um email para a gerente, onde dizia que “depois da sua argumentação, hoje me faz constatar que para representar a SMSP é necessário um gerente branco como o Sebastião e lugar de negra é limpando o chão”, dizia o email.
Segundo Etiene, foram vários meses de racismo velado, mensagens subliminares e algumas mais diretas, impossível. “O fato da corregedoria não ter punido o guarda deu a ela coragem de fazer o mesmo. Eu já cansada de tudo isso foquei no trabalho e fiz vistas grossas, mas chega uma hora que a gente não dá conta e entreguei junto ao meu pedido de exoneração esse e-mail”, relatou.
No seu perfil no Facebook, Etiene conta que o secretário garantiu que iria apurar, chamou um técnico da PRODABEL (empresa de tecnologia da Prefeitura de BH) para verificar a veracidade do e-mail. Constatou-se que o e-mail é verdadeiro e que foi enviado do computador da diretora. “O Secretário me mudou de setor e me disse para ficar tranquila que o processo está na corregedoria e teria responsabilização. No último dia 28, fez um mês que oficializei essa queixa. Hoje fui até a corregedoria, obter informações relativas às datas e andamento do processo com o relator responsável, o senhor Fabiano, que me atendeu no corredor da recepção, diante de outros servidores e visitantes e se recusou a me passar informações, alegando que eu seria chamada para depor. Insisti, expliquei minha situação e nada”, lamentou.
O que dizem os acusados
Em nota, a Secretaria Municipal de Segurança e Prevenção informou “está apurando com rigor as denúncias de racismo feitas pela servidora”. “Na ocasião, os procedimentos para a apuração interna da denúncia foram iniciados imediatamente, no âmbito da própria secretaria, por parte da Corregedoria da Guarda Municipal. A investigação minuciosa dos fatos resultou na conclusão pelo arquivamento do processo contra o guarda municipal”, informou.
Ainda segundo a secretaria, a acusação feita contra a diretora de Prevenção será apurada, seguindo seu trâmite na Subcontroladoria de Correição do Município. “A análise da veracidade de mensagens enviadas por e-mails institucionais, divulgadas em redes sociais pela servidora, está em curso, com o mesmo rigor”, conclui a nota.
Sra. Guarda Municipal, única defesa que temos no mundo depois de Deus é a caneta, meta a caneta neles! Proceda registro de ocorrência na delegacia policial, tenta crime de racismo pq ele falou genericamente, ou seja, no coletivo da etnia Negra, se não der vai na injúria racial, e depois na indenização por dano moral! Depois dessa ele e os amigos dele vão dizer: : Preto bom é Preto doutor!