“Eu sempre disse que eu era radicalmente contra as câmeras nos batalhões de operação, especialmente os batalhões especiais. Nós não temos maturidade como sociedade ainda nem de guardar coisa em segredo de Justiça, imagina imagem que coloque a vida do policial em risco“, estas foram as palavras do governador reeleito no Rio de Janeiro Cláudio Castro (PL), logo após a cerimônia de posse, neste domingo (1º).
Com essa declaração Castro reafirma que vai recorrer “até o fim” contra a instalação de câmeras e fardas de policiais de tropas de elite das polícias Civil e Militar do Rio de Janeiro.
“Nós do Governo do Estado somos radicalmente contra. Vamos recorrer até o fim, lutaremos judicialmente em todas as instâncias para que essas câmeras não sejam colocadas”, disse Castro.
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O Rio de Janeiro é o estado com uma das taxas de letalidade policial mais altas do país, segundo dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública. O estado registra a 5ª maior taxa de letalidade policial do Brasil com 7,2 pessoas mortas a cada 100 mil habitantes. Amapá, Goiás, Sergipe e Bahia têm as taxas mais altas do Brasil.
Em números absolutos, o RJ lidera em mortes pela polícia. Em 2020, 1.245 pessoas foram mortas por policiais em serviço e fora de serviço. Em 2019, 1.814 pessoas foram mortas pela polícia no estado.
O argumento de Castro para não colocar câmeras nos uniformes dos agentes do Batalhão de Choque é que “quando o criminoso sabe a estratégia da polícia, a vida daquele policial passa a ficar em risco”.