Fonte: Reuters
A Organização das Nações Unidas (ONU) aprovou nesta quinta-feira (03) por 185 votos a favor, dois contrários e duas abstenções, a resolução que pede o fim do bloqueio econômico dos Estados Unidos contra Cuba. Somente Estados Unidos e Israel votaram contra o documento, enquanto a Ucrânia e o Brasil se abstiveram. Em 2021, a diplomacia brasileira havia adotado a mesma postura.
Foi a 30ª vez que as Nações Unidas votaram pelo fim do embargo.
O presidente dos EUA, Joe Biden, aliviou algumas sanções à ilha, implementadas por seu antecessor, Donald Trump, afrouxando as duras restrições dos EUA sobre remessas, voos, turismo e migração.
Mas o coordenador político dos EUA, John Kelley, disse à Assembleia Geral da ONU na quinta-feira que os Estados Unidos responsabilizarão o governo cubano por supostas violações de direitos humanos após protestos generalizados na ilha em julho de 2021.
“Os Estados Unidos se opõem a esta resolução, mas estamos com o povo cubano e continuaremos buscando maneiras de fornecer apoio significativo a eles”, disse Kelley.
“Juntamo-nos aos parceiros internacionais para instar o governo cubano a libertar os presos políticos imediata e incondicionalmente e proteger as liberdades de expressão e reunião pacífica de todos os indivíduos em Cuba”.
Em 60 anos de bloqueio econômico imposto pelos EUA, Cuba acumula US$ 154 bilhões em prejuízos, de acordo com o documento. “São danos injustificáveis ao bem-estar do povo cubano e é contrário aos interesses de paz do povo latino-americano”, destacou a embaixadora argentina, María del Carmen Squeff, representando a Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos (CELAC).
O representante de Cuba nas Nações Unidas, Yuri Gala, reagiu durante a sessão da ONU em Nova York, chamando de falsas as alegações dos EUA de violações de direitos.
“Cuba não precisa de lições sobre democracia e direitos humanos, muito menos dos Estados Unidos”, disse Gala.
“Se o governo dos Estados Unidos estivesse realmente interessado no bem-estar, nos direitos humanos e na autodeterminação dos cubanos, poderia suspender o bloqueio.”
O embargo comercial foi implementado após a revolução de Fidel Castro em 1959 e permaneceu praticamente inalterado, embora alguns elementos tenham sido endurecidos por Trump. A teia de leis e regulamentos dos EUA complica as transações financeiras e a aquisição de bens e serviços pelo governo cubano.
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