Auxílio Brasil não compra cesta básica em 12 das 17 capitais pesquisadas. De acordo com levantamento feito pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), e divulgado pelo portal G1, nesta segunda-feira (19), a cesta básica mais cara do país está em São Paulo (SP), custando em média R$ 749,78 em agosto.
Isso significa que são R$ 149,78 a mais do que o auxilio de R$ 600 recebido pelas mais de 710 mil famílias brasileiras. A capital mais barata do país é Aracaju, com cesta básica custando 539,57, valor ainda bastante alto para a população beneficiária do auxílio.
Esse mesmo estudo mostra que o poder de compra dos brasileiros varia com o custo de vida de cada região. Tomando como parâmetro os valores de abril de 2021, um morador do Ceará, por exemplo, precisaria de R$ 134 mensais para comprar alimentos e consumir o essencial para uma vida saudável. Em São Paulo, esse valor subiria para R$ 180 por mês .
De acordo com a Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Penssan), em 2018, 5,8% dos brasileiros passavam fome. Em 2020, essa parcela subiu para 9% e, em 2022, chegou a 15,5%. Hoje em dia, são 33 milhões de brasileiros passando fome e 6 a cada 10 brasileiros vivem com algum grau de insegurança alimentar.
Atualmente, com base nos dados do CadUnico do Ministério da Cidadania, em junho desse ano são 18,1 milhões de brasileiros cadastrados no Auxílio Brasil. Os brasileiros que estão na faixa de extrema pobreza, têm uma renda mensal de até R$ 105 por mês, o equivalente a R$ 3,05 por dia .
Para muitos, a saída para a sobrevivência tem sido os chamados ”bicos”. De acordo com o estudo “Retrato do Trabalho Informal no Brasil: desafios e caminhos de solução”, conduzido pelo instituto Veredas e com base nos dados da PNAD continua do IBGE de 2021, mais de 19,6 milhões de brasileiros complementam a renda desta forma. O que equivale a 60% dentro da classificação de trabalhos informais.