Alécio José de Souza matou o jovem Luan Gabriel Nogueira de Souza, de 14 anos, em 2017, em Santo André, região do ABC Paulista, com um tiro na nuca e foi absolvido na noite desta quarta-feira (27) pela Justiça de São Paulo. O então estudante na época estava indo comprar bolachas quando foi alvejado.
À época, o agente de segurança alegou que, ele e mais um colega de corporação, procuravam ladrões de moto na região e foram recebidos a tiros. Para se defenderem, eles atiraram contra os supostos criminosos. O júri acolheu os argumentos do policial e o inocentaram. Segundo a Polícia Civil, não foi comprovado que que havia criminosos roubando motos na região.
Para Ariel de Castro Alves, presidente do grupo “Tortura Nunca Mais”, a decisão é “absurda e inaceitável”, além de o depoimento do agente ir contra a toda prova que consta no processo. “Ficou muito claro nas investigações e no processo que não houve confronto nenhum no local. Que o PM jamais agiu em legítima defesa. Luan era estudante e não estava armado. Quando foi alvejado, ele estava indo comprar bolachas num mercadinho do bairro. Esse tipo de decisão acaba sendo uma espécie de ‘licença para matar’ para os maus policiais, que matam com a certeza da impunidade”, afirma em entrevista ao G1.
Leia também: PM que atirou em jovem foi indiciado por homicídio no Distrito Federal
Ariel ressalta ainda que o policial confessou ter atirado, mas não houve confronto no local, como diz em depoimento. “Os laudos técnicos do Instituto de Criminalística, as testemunhas ouvidas na delegacia e na Vara do Júri e as investigações da Polícia Civil demonstraram que não houve nenhum confronto no local. Todas as provas e testemunhas atestaram que foi uma execução praticada por quem deveria proteger, e não matar”, comenta.
Prisão
Alécio estava afastado do patrulhamento, mas respondia pelo crime de homicídio em liberdade. Em 2018, ele foi preso preventivamente, mas foi solto no mesmo ano, após decisão da justiça.
