Moradores do Complexo de favelas do Alemão, Zona Norte do Rio de Janeiro acordaram com um intenso tiroteio na manhã desta quinta-feira (21), durante uma operação realizada pelo Batalhão de Operações Especiais (Bope) da Polícia Militar e pela Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), da Polícia Civil. Ao menos quatro pessoas morreram durante a ação.
Uma mulher que estava com o namorado no carro foi atingida e morreu a caminho da Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) do Alemão. De acordo com Denilson Glória, namorado de Letícia Marinho de Sales, 50 anos, eles estavam parados no semáforo e os policiais atiraram em direção ao veículo. “Tinha policial num sinal, paramos. Mesmo assim, o carro foi alvejado. Só vi ela caindo para o meu lado. Quando eu olhei, tinha um furo no peito”, afirma em entrevista ao G1.
Jaime Eduardo da Silva, primo de Denilson, disse que o policial atirou para matar. Ele, que foi atingido de raspão, disse que não sabe como será para dar a notícia à família da vítima. “Foi dado para matar. Porque o policial atravessou na frente do nosso carro e deu o tiro. E agora, o que vou falar para a família que está lá dentro chorando? O que eu vou dizer para a filha da mulher que está lá chorando? O que eu vou dizer para o neto da mulher que está chorando? Vou falar o quê?”, questiona.
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O porta-voz da PM, tenente-coronel Ivan Blaz, disse que foram utilizados 10 veículos blindados, um helicóptero e 400 homens na operação que visava reprimir roubos de veículos, principalmente nas áreas dos bairros do Grande Méier, Irajá e Pavuna.
Ainda de acordo com a PM, outros dois moradores também foram mortos na operação, e um policial que estava de serviço na Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) Nova Brasília.
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