Por Jade Beatriz*
Na semana passada, junto com parlamentares, pressionamos intensamente a Câmara dos Deputados para a instalação da CPI do MEC. Para quem não sabe, o ex-ministro da Educação (aquele que nunca recebeu os estudantes), montou um verdadeiro balcão de negócios com dois pastores: Gilmar Santos e Arilton Moura. As investigações apontam a distribuição irregular do Fundo Nacional do Desenvolvimento da Educação (FNDE).
A corrupção imoral se torna monstruosa quando analisamos a educação brasileira nos últimos anos. Tivemos um enorme retrocesso que foi intensificado pela pandemia e pela falta de um programa adequado para os estudantes. O Governo não reagiu e a conta chegou. Estudo da Unicef mostra que 70% dos jovens estudantes estão abaixo do aproveitamento escolar.
E você sabe de onde os recursos foram retirados com esse “balcão de negócio” instalado no Ministério da Educação? O FNDE é responsável por transferir recursos financeiros para estados e municípios para garantir qualidade. O dinheiro é enviado para reformas, manutenção, construção de novas escolas, para obtenção de ônibus escolares, melhorar a conectividade, entre inúmeras ações. Quando acontece o desvio quem perde é diretamente o estudante.
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É o estudante periférico que não vê melhorias em sua escola, que tem dificuldade de chegar a mesma e pela falta de qualidade no ensino se vê desmotivado. Não lutar pela correta distribuição do Fundo e contra qualquer tipo de corrupção é ampliar o abismo social, e, principalmente, desperdiçar a potência da juventude.
Por tudo isso, é mais do que urgente que o Congresso apure essas denúncias com a maior seriedade possível. Sem manobras eleitoreiras. É preciso pensar nos estudantes, nas famílias e na construção de um Brasil mais justo para todos.