23% dos negros se sentem representados como criminosos em filmes e séries, aponta estudo

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A pesquisa internacional “Refletindo-me: Representação Global na Tela”, realizada pela Paramount Global em 15 países, mostrou a importância da diversidade e da representatividade no mundo do audiovisual. No Brasil, 23% dos negros dizem serem retratados como criminosos e 24% como perigosos em obras. 

88% não se sentem representados nas séries e filmes – Foto: Pexels

De acordo com o estudo, o percentual brasileiro é maior que o global, que chega a 18% das pessoas negras que sentem que são retratadas como criminosas, e 16% como perigosas. Ainda segundo os dados, 9 em cada 10 participantes da pesquisa afirmam que a representatividade na televisão e nos filmes tem impacto no mundo e influencia a percepção que temos de determinados grupos ou pessoas.

As informações, divulgadas no último domingo (5), apontam o impacto das criações na saúde mental do público. Entre os que se sentem mal representados, 41% afirmam ter sua autoestima e confiança abaladas, e para quase 60% isso se faz sentirem sem importância, ignorados ou decepcionados.

Além disso, 79% dos entrevistados concordam ser necessário haver mais representatividade nos programas de TV e filmes, quando é feito o recorte racial, a porcentagem sobe para 88%. Quando se trata da sensação ao ver a representação de grupos minoritários, 52% acham que são mal interpretados pelos atores ou os personagens estão estereotipados e fora da realidade. Pessoas do Oriente Médio e árabes também disseram na pesquisa que se sentem representados como criminosos e como perigosos.

A pesquisa expõe a ausência de pessoas com deficiência, menos de 40% não veem os atores com corpos como os seus nas telas dos cinemas ou na televisão. Já para 60% dos membros da comunidade LGBTQIA+ entrevistados, afirmam que a identidade de gênero está mal representada, além de terem a autoestima e confiança são afetadas devido a isso.

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“A cultura e as comunidades locais afetam as percepções sobre a representatividade. Os fatores que fazem com que as pessoas se sintam mal representadas variam de país para país. Portanto, o quão bem representado você se sente, não depende apenas de quem você é, mas também de onde você está”, conclui o estudo.

A pesquisa foi realizada no Brasil, Nigéria, África do Sul, Estados Unidos, Argentina, Austrália, Chile, Alemanha, Itália, Malásia, México, Holanda, Polônia, Cingapura e Reino Unido. Ao todo, 15.387 pessoas foram entrevistadas, com idade entre 13 e 49 anos.

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