O papa Francisco fez um apelo neste domingo (24) aos governos da Europa para que parem de enviar imigrantes resgatados no Mar Mediterrâneo de volta à Líbia e a outros “países inseguros” onde eles podem sofrer “violência desumana”.
O pontífice exortou os países europeus a permitirem que os refugiados desembarquem de navios humanitários de resgate em portos seguros, e a garantirem aos migrantes “alternativas à detenção”, bem como o acesso a requerimentos de refúgio.
“Expresso minha cumplicidade aos milhares de migrantes, refugiados e outros em necessidade de proteção na Líbia”, afirmou Francisco após a reza do Angelus na Praça de São Pedro, no Vaticano.
“Muitos desses homens, mulheres e crianças estão sujeitos a violência desumana”, alertou o papa. “Nunca esqueço vocês, ouço seus gritos e oro por vocês.”
Francisco também pediu à comunidade internacional que “cumpra suas promessas” e encontre formas “concretas” de lidar com os fluxos migratórios a partir da Líbia e em todo o Mar Mediterrâneo.
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Durante anos, a União Europeia (UE) tem financiado e equipado a guarda costeira da Líbia para interceptar migrantes que se dirigem à Europa em perigosos barcos improvisados e colocá-los em centros de detenção.
O apelo do papa vem num momento em que mais de 400 migrantes a bordo do navio humanitário alemão Sea-Watch 3 foram trazidos em segurança para a costa no fim de semana, depois que a Itália permitiu que a embarcação atracasse. Os migrantes haviam sido resgatados na costa da Líbia, no Mediterrâneo.
Também neste domingo, a linha direta de resgate de migrantes “Alarm Phone” afirmou que dois barcos infláveis no Mediterrâneo transportando 60 e 68 pessoas, respectivamente, precisavam de ajuda urgente.
Já o navio de resgate espanhol Aita Mari, com mais de 100 migrantes a bordo, também busca um porto para atracar.
A ONG Médicos sem Fronteiras (MSF) afirmou que sua embarcação humanitária Geo Barents resgatou mais 95 pessoas na noite de sábado, elevando o total de migrantes resgatados a bordo para 296. “Intervimos antes que essas pessoas fossem forçadas a retornar à violência, abuso e exploração na Líbia”, escreveu a organização no Twitter.
Fonte AFP
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