Eliseu Banori, professor de português e mestre em Literaturas Africanas de Língua Portuguesa pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), analisa a possibilidade de retornar à Guiné-Bissau. A volta, após 12 anos morando no Rio de Janeiro, é em decorrência da falta de oportunidades para trabalhar na sua área de formação no Brasil.
O professor e mestre publicou o seu sétimo livro, em dezembro de 2020, “A história que minha mãe não me contou”. Desde abril deste ano ele trabalha como auxiliar de serviços gerais em um condomínio na zona sul do Rio de Janeiro e, para sustentar a família, o professor já teve empregos como atendente de restaurante e funcionário de supermercado. Em entrevista ao jornal RJ2, na última quarta-feira (29), Eliseu contou sobre a possível volta à Guiné-Bissau, “Se eu conseguir um emprego aqui no Brasil, adequado à minha formação, eu fico. Eu sempre pensei nesse sentido. Não desisti do meu sonho, não desisti nunca”, diz o escritor.
Segundo o guineense, o seu dia-a-dia de trabalho e contato com os amigos o inspira para criar as suas obras e está triste por ter que voltar. “Eu gosto muito do Brasil, eu amo esse país, conquistei amigos, conquistei mestrado, livros publicados, casei aqui, tenho filho e ter que voltar agora, deixando para trás a minha esposa e o meu filho, isso me deixa um pouco triste”, contou o mestre em entrevista ao RJ2.
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Imigrantes no Brasil
De acordo com o último relatório anual “OBMigra”, realizado pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública, em 2020, o Brasil tem 117.037 imigrantes e, de 2011 a 2019, foram registrados 1.085.673 exilados. O estudo mostrou ainda que os imigrantes amarelos e brancos, em sua maioria asiáticos, europeus e norte-americanos, têm desempenho financeiro superior a aqueles de raça preta, de origem centro-americana, caribenha e africana em geral. Entre 2011 e 2019 apenas 21.232 mantiveram seus trabalhos formais, ou seja, com a carteira de trabalho assinada.
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