Samuel Vicente, de 17 anos, foi morto no último sábado (25), em Anchieta, zona Norte do Rio de Janeiro, durante uma ação da Polícia Militar. O fato que chamou atenção, além do assassinato em si, foi o que o jovem era aluno da escola da Polícia Militar em São Gonçalo, Região Metropolitana do Rio de Janeiro.
Segundo Sônia Bonfim Vicente, mãe de Samuel, o sonho do rapaz era seguir a carreira militar. “O sonho dele era ser militar e usar farda. Queria tanto usar farda que a farda acabou matando eles”, disse ela em entrevista ao G1. Samuel e seu padrasto, William Vasconcelos da Silva, morreram após serem atingidos por disparos efetuados por militares, durante a operação.
Segundo informações da Família, Samuel estava na garupa da moto de William quando foram baleados, próximo a uma unidade de saúde. A Polícia Militar alega que os agentes faziam um patrulhamento e foram atacados. Em nota, a corporação diz que, com os suspeitos, foram apreendidos duas pistolas, carregadores, munições, um conversor para submetralhadora, dois rádios e material entorpecente. Porém, a nota não cita quem são os acusados que portavam o material apreendido.
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A investigação do caso está a cargo da 31ª Delegacia de Polícia Civil, que apreendeu as armas dos agentes envolvidos na ação da polícia e disse que está realizando diligências e ouvindo testemunhas. A Corregedoria da Polícia diz também está investigando o caso.
OAB/RJ Questiona versão da Polícia
A Ordem dos Advogados do Brasil, Seção Rio de Janeiro, contesta a versão apresentada pela PM de que houve confronto e, por isso, precisou usar arma de fogo. “Que bandido no Rio anda com sua própria moto, no próprio nome? Que bandido anda no Rio com o enteado e com a namorada dele passando mal para acessar uma UPA? Que bandido no Rio estuda em uma escola da Polícia Militar? Porque o Samuel estudava na escola da Polícia Militar. Eles vão manter esta mesma narrativa? De novo? De que eram suspeitos, bandidos, três bandidos em uma moto e que eles atacaram os policiais? Não tem como”, afirmou Rodrigo Mondego, procurador da comissão em entrevista ao G1.
“Eles estão falando que eles eram bandidos, mas não eram bandidos não. Que eles trocaram tiros. Mas se trocaram tiros, cadê o policial ferido? Não tem. E, se não tem, é porque não teve troca de tiros. Eles atiraram neles”, finaliza Sônia.
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