Um estudo realizado na cidade de São Paulo (SP) pelo epidemiologia Roudom Ferreira Moura mostrou que a saúde de idosos negros é pior com elação aos idosos brancos. Com dados do Inquérito de Saúde do Município de São Paulo (ISA-Capital-SP-2015), da Secretaria da Saúde, Moura encontrou desigualdades entre negros e brancos acima dos 60 anos nas seguintes áreas: condições de escolaridade, renda, hipertensão arterial e acesso a serviços privados de saúde.
Com relação à condição da saúde, as piores foram também de idosos pretos: 92,7% informaram ter uma saúde regular, ruim ou muito ruim, contra 33% dos idosos brancos. A cidade de São Paulo possui 1.017 idosos no sistema de saúde com autodeclaração de cor/raça, sendo 63,3% brancos, 21,4% pardos e 7,3% pretos/negros.
A enfermeira Carolina Paixão, explica que a saúde de uma pessoa é influenciada pela sua condição de vida e trabalho, e que para chegar na velhice com uma boa saúde é preciso ter um preparo ao longo da vida. “A população negra é a mais afetada pelas desigualdades sociais e isso impacta diretamente na saúde dessa população, principalmente das crianças e idosos. Para mudar essa situação é necessário romper barreiras discriminatórias que produzem tratamento desigual e diferenças de oportunidade, ampliando o acesso aos serviços de saúde e ações de prevenção de doenças, promoção da saúde”, disse.
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Segundo Carolina, existe uma incompreensão da sociedade sobre o envelhecimento e suas transformações “A população brasileira vem envelhecendo de forma acelerada e apesar de termos políticas públicas como a Política Nacional da Pessoa Idosa e o Estatuto do Idoso observa-se que elas não foram implementadas de forma completa, seja pela falta de alocação de recursos ou ineficiência na gestão deste.” concluiu a enfermeira.