Um estudo realizado pela empresa americana Blendoor, sobre a diversidade na indústria de tecnologia nos Estados Unidos, revelou que empresas desse ramo, que fizeram publicações de “BlackLivesMatter” tinham em seu quadro de funcionários, em média, 20% menos pessoas negras do que aquelas que não promoveram declarações públicas. A pesquisa foi realizada depois que a hastag citada se tornou viral após o assassinato de George Floyd, nos Estados Unidos, no ano de 2020.
Para a fundadora e diretora executiva da empresa americana que ajuda empresas no recrutamento diversificado de candidatos, Stephanie Lampkin, a pesquisa explicita a distância entre o que as empresas dizem publicamente sobre as questões raciais e o que de fato tem sido realizado pelas corporações.
As empresas que se pronunciaram publicamente utilizando o mote do movimento Black Lives Matter também fizeram promessas de investimentos para redução do racismo, que segundo o estudo, ultrapassaram 4,6 bilhões de dólares, o que representa mais do que o dobro das promessas feitas nos seis anos anteriores a 2020. Contudo, o estudo da Blendor revela que essas promessas ainda não resultaram em mudanças na formação das equipes dessas mesmas empresas.
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No estudo, foram analisadas as tendências na diversidade do local de trabalho, políticas de inclusão e programas de recursos humanos, como licença parental, regime de trabalho flexível e recrutamento de grupos sub-representados. Alguns resultados notados foram que a empresa que apresentou as políticas e programas mais robustos para o recrutamento de mulheres foi a Pinterest Inc., o programa para recrutar minorias sub-representadas de mais destaque foi da Mozilla Corp. e a McKesson Corp. obteve a maior pontuação na classificação da Blendoor de apoio às mulheres na liderança. A HP Inc., por outro lado, ocupa a pior posição, sendo a primeira entre aquelas em que as minorias são sub-representadas na liderança.
No Brasil, o cenário entre a presença de pessoas negras na liderança se assemelha. Uma pesquisa realizada pelo Instituto Locomotiva, nomeado “Racismos no Brasil”, aponta que apenas dois em cada dez brasileiros já tiveram lideranças de pessoas negras nas empresas.
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