Desde o assassianto de George Floyd, em maio de 2020, nos Estados Unidos, várias empresas anunciaram, publicamente, investimentos para combater o racismo. No entanto, um levantamento realizado pela consultoria Creative Investment Research mostra que dos U$ 50 bilhões prometidos, apenas U$ 250 milhões foram, de fato, investidos ou alocados em iniciativas voltadas para o combate ao racismo.
De acordo com o levantamento, os fundos foram divididos entre doações a organizações de defesa dos direitos civis, investimentos direcionados em comunidades não brancas, e reformas nos sistemas de recrutamento e treinamento das companhias.
Segundo William Cunningham, presidente-executivo da Creative Investment Research. Foi feita uma compilação de todos os anúncios logo após a morte de George Floyd e o resultado é esse levantamento. “Nós averiguamos para determinar o dinheiro investido, ou seja, quanto dinheiro foi desembolsado na realidade, e o total corresponde a apenas uma pequena proporção do prometido – uma situação que persiste até agora, aliás”, disse o executivo ao Financial Times.
Cunningham ainda brincou com que ele chama de “excesso de boa vontade” das empresas e lembrou que essas promessas são fáceis de serem quebradas caso a saúde financeira mudem. “Ainda é cedo para saber. Tudo isso aconteceu há apenas um ano, e nós tivemos o que, 400 anos de dor e sofrimento?”.
Colocação nas empresas
Outro ponto que chamou atenção foi a falta de representatividade negra nos cargos de alto escalão das empresas. De acordo com o levantamento, algumas empresas estabeleceram metas de contratação e promoção de pessoas negras a cargos seniores e executivos. Porém, algumas delas resistem em revelar dados detalhados. Além disso, em diversos casos, os negros exercem a mesma função que um branco com uma remuneração menor. “Quando conduzimos pesquisas junto aos negros dos Estados Unidos sobre o que empresas deveriam fazer pela igualdade racial, o pagamento de salários dignos aparece no topo da lista”, finaliza.
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