A Rocinha, maior favela do Brasil, passa a integrar pela primeira vez o circuito de decorações de Natal do Rio de Janeiro com um projeto tecnológico nos mesmos padrões utilizados em bairros tradicionais da cidade. Batizada de Natal Encantado da Rocinha, a iniciativa marca um momento simbólico para a comunidade e amplia o potencial turístico da região.
A proposta foi idealizada há dois anos pelo presidente da Associação de Moradores da Rocinha, João Bosco. O projeto nasceu do desejo de ver a comunidade inserida no mesmo cenário de luzes, estrutura e programação cultural que, historicamente, sempre esteve concentrado em áreas mais ricas da capital fluminense.
A motivação inicial surgiu a partir de um questionamento que orientou todo o desenvolvimento da ideia: “Por que a favela não pode ter uma cidade natalina como qualquer outro bairro da cidade?”. A partir dessa reflexão, a associação começou a estruturar o conceito do projeto, buscar parceiros e apresentar a proposta a diferentes instituições.
Após um ano de negociações, a iniciativa avançou com o apoio da concessionária de energia elétrica Light e da Secretaria de Estado de Cultura. Em 2025, o plano saiu do papel e se transformou em um complexo natalino tecnológico, com iluminação especial, estrutura interativa e uma programação inédita para a comunidade.
A decoração foi pensada para criar um ambiente de encantamento e convivência, valorizando o território e atraindo não apenas moradores da Rocinha, mas também visitantes de bairros vizinhos e de outras regiões do Rio de Janeiro. A proposta também reforça a presença da favela no calendário cultural da cidade durante o período natalino.
Após a inauguração, o espaço passa a funcionar diariamente, das 19h à 1h da manhã, com atividades previstas até o mês de janeiro. A expectativa dos organizadores é que a cidade natalina contribua para movimentar o comércio local, estimular o turismo comunitário e fortalecer a autoestima dos moradores.
Com o Natal Encantado da Rocinha, a comunidade faz história ao mostrar que projetos de grande porte, tecnologia e criatividade também têm lugar nos territórios populares da cidade.
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