1.075 mulheres morreram no país no último ano vítimas de feminicídio.
O Brasil encarou nos últimos dias, diferentes casos feminicídios que dá rosto e nome para dados recentes do Ministério da Justiça e Segurança Pública que revelam que o crime cresceu no país, cerca de 26% em relação ao ano anterior, um salto que indica escalada da violência. De janeiro a setembro de 2025, mais de 2,7 mil mulheres foram vítimas femícidio e 1.075 foram mortas pelo mesmo motivo.
Diferentes casos que compartilham as mesmas marcas: todas as vítimas são mulheres que tiveram relações marcadas por controle, ciúme e histórico de ameaças em uma sociedade historicamente marcada pelo machismo e pela violação contra direitos das mulheres.

Tainara Souza Santos, 31 anos. Isabele Gomes de Macedo, 40 anos. Evelin de Souza Saraiva, 38 anos, tiveram suas vidas interrompidas de alguma forma por homens que, segundo testemunhas e as investigações não aceitavam a autonomia, as escolhas ou o fim do relacionamento.
Tainara foi atropelada na manhã de sábado (29) ao sair de um bar com um amigo. O motorista do veículo e ex-companheiro dela, Douglas Alves da Silva, passou por cima da vítima e arrastou seu corpo por cerca de um quilômetro. Ela teve as duas pernas amputadas devido à gravidade das lesões.
Isabele morreu carbonizada junto com seus quatro filhos, com idades entre 1 e 7 anos, após o marido, Aguinaldo José de Alves, incendiar a casa onde a família vivia. O caso ocorreu na tarde de sábado (29).
Evelin foi atingida por cinco tiros enquanto trabalhava em uma barraca de pastel na manhã de segunda-feira (1º). O suspeito, o ex-companheiro Bruno Lopes Fernandes Barreto, sacou duas armas e efetuou disparos à queima-roupa. Ele não aceitava o término da relação, segundo parentes e uma colega de trabalho de Evelin.
Além desses três casos recentes, outros três episódios recentes expõem, mais uma vez, a gravidade da violência de gênero no Brasil. No sábado (28), duas mulheres foram mortas por um ex-colega de trabalho: a professora Allane Pedroti, chefe da Divisão de Acompanhamento e Desenvolvimento de Ensino (Diace), e a psicóloga Layse Pinheiro, 30 anos. O autor, João Antônio Miranda Tello Ramos Gonçalves, as assassinou dentro de um campus do CEFET no bairro do Maracanã, no Rio de Janeiro.
Leia também: Violência contra mulher: 60,4% das vítimas no Brasil são negras, aponta relatório
Catarina Kersten, 30 anos, foi abusada e morta durante uma trilha no Morro do Matadeiro, em Florianópolis, enquanto se dirigia para uma aula de natação. O caso aconteceu em 21 de novembro.
A morte delas reforçam o padrão recorrente da violência letal contra mulheres: motivações ligadas ao gênero, relações próximas (parceiros, ex-parceiros, colegas) e agressões cometidas em espaços que deveriam oferecer segurança.
De acordo com o Mapa da Segurança Pública, no Brasil cerca de 4 mulheres são mortas por dia em contexto de femícidio.









