Após operação contra o Banco Master, a Polícia Federal investigará as operações suspeitas, o aporte próximo de 1 bilhão de reais feito pelo governo do Rio de Janeiro, por meio da RioPrevidência, em papéis de alto risco emitidos pela instituição viraram alvo. O deputado federal Lindbergh Farias, líder do governo na Câmara, afirmou que enviará pedido formal para que o governador Cláudio Castro também seja incluído no inquérito.
As aplicações em títulos do Master ocorreram em outubro, durante tratativas políticas sobre a possível compra do Banco de Brasília, ligado ao entorno do governador Ibaneis Rocha. Informações do Tribunal de Contas do Estado mostram que o fundo de previdência dos servidores, responsável pelos recursos de mais de 235 mil aposentados e pensionistas, investiu apesar de alertas sobre a fragilidade da instituição. O TCE registrou que havia ampla divulgação de que o banco oferecia remunerações consideradas inviáveis no mercado e classificou o cenário como extremamente duvidoso.
Em nota de 18 de outubro, a RioPrevidência confirmou ter aplicado cerca de 960 milhões de reais em Letras Financeiras emitidas pelo Master e declarou que a operação estava em situação regular. Lindbergh afirma que o TCE já havia questionado a gestão dos recursos meses antes. O órgão identificou, em julho, que aproximadamente 2,6 bilhões de reais, equivalentes a um quarto das aplicações do fundo, estavam expostos ao Master.
O presidente do RioPrevidência, Deivis Marcon Antunes justificou em fevereiro ao TCE que a operação feita com o Master possuía riscos, mas ponderou:
“Todo investimento possui riscos, o gerenciamento responsável e constante dele é preponderante para a gestão eficiente (…) A equipe técnica do Rioprevidência tem suas decisões pautadas na avaliação constante dos ativos e na aderência dos mesmos as determinações legais e regulamentares, e não em matérias e notas jornalísticas tendenciosas ou inverídicas”, diz parte do documento do presidente da RioPrevidência ao TCE.
A conselheira Mariana Montebello Willeman apontou que os títulos foram adquiridos quando o banco já enfrentava condições próximas da insolvência. O deputado estadual Luiz Paulo afirmou à Folha de S.Paulo que o dinheiro dos aposentados “pode agora virar pó”.
A prisão de Vorcaro ocorreu no aeroporto de Guarulhos quando ele tentava viajar para Dubai. O Banco Central decretou a liquidação extrajudicial do Master, medida que impede sua continuidade no Sistema Financeiro Nacional. A PF afirma que apura crimes como gestão fraudulenta, organização criminosa e venda de carteiras de crédito sem lastro, que teriam sido repassadas a outras instituições, entre elas a RioPrevidência.
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