De 2021 à parcial de 2025, foram registrados ao todo 228 casos de violência, sendo 85% denunciados em audiências de custódia. Apenas 6 desses processos tiveram alguma punição para o agente.
A capital paulista está dividida, de um lado um prefeito que defende publicamente armar ainda mais a Guarda Civil Municipal (GCM), do outro um aumento de 850% em casos de violência investigados internamente pela mesma força de segurança. Ricardo Nunes (MDB) defende desde do ínicio do seu mandato em 2021, o projeto que libera o policiamento urbano para ser realizado por guarda municipais, desde do ano da posse do prefeito de São Paulo, os casos de denúncia por violência aumentaram.
Segundo apurado pela UOL via Lei de Acesso a Informação (LAI) em 2021 foram abertos somente 8 processos e em 2025 esse número saltou para 76. Ainda conforme o UOL, a prefeitura não informou até qual mês deste ano os casos se referem, mas o documento foi enviado em outubro.
De 2021 à parcial de 2025, foram registrados ao todo 228 casos de violência, sendo 85% realizados no momento das audiências de custódia. Em 2021 e 2022, todas as 39 denúncias feitas foram arquivadas. Em 2023 e 2024, os arquivamentos foram realizados em 93% dos casos.

Em 2025, já foram realizados arquivamentos de 32 processos, 43 ainda continuam em investigação. De acordo com a gestão de Nunes, as denúncias são feitas “Majoritariamente feitas pelos próprios criminosos presos quando levados a audiências de custódia.”
A prefeitura também não deu nenhuma explicação sobre o aumento de casos ou qual seria o tipo de abuso na abordagem de cada caso, somente fornecei o número bruto. Do total de casos entre os anos de 2021 a 2025 somente 6 processos acabaram em punição para o agente e mesmo nesses casos não se obtém detalhes sobre o que ocorreu em cada denúncia.
Aumento no efetivo e fiscalização
Segundo a prefeitura de São Paulo, o munícipio teve um aumento considerável de guardas municipais, em 2021 o número de agentes era de 5.961, neste ano esse número passou para 7.500 agentes. Com a liberação realizada pelo STF em fevereiro deste ano os guardas municipais podem realizar o policiamento urbano, atuando diante de condutas consideradas lesivas a pessoas, bens e serviços, mas não podem investigar.
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Os guardas não usam câmeras corporais, segundo Nunes afirmou em janeiro deste ano publicamente a o custo dos equipamentos era elevado e por esse motivo não compraria. O Ministério Públic cobrou a adoção das câmeras corporais nos uniformes dos agentes em março deste ano, segundo o MP a gestão de Nunes respondeu que a questão estava em estudo.









