Operação investiga Vereadora do Rio por suspeita de desvio em creches

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A Polícia Civil do Rio deflagrou uma operação, nesta terça-feira (4), para apurar desvios de recursos públicos e fraudes em contratos de creches comunitárias vinculadas à vereadora Gigi Castilho (Republicanos). De acordo com a investigação, as unidades de ensino aplicaram R$ 1,7 milhão em empresas de familiares e pessoas próximas à parlamentar.

A ação, autorizada pela 1ª Vara Especializada em Organizações Criminosas, cumpriu 29 mandados de busca e apreensão direcionados a 14 pessoas e 15 empresas. Os alvos principais são a Creche Comunitária Deus é Fiel e a Creche Escola Machado, ambas localizadas na Zona Oeste da capital. Segundo a polícia, as diligências buscam evidenciar crimes contra a administração pública e a utilização de companhias de fachada para lavagem de capitais.

Operação visa apurar supostos desvios de recursos públicos e fraudes em contratos de creches comunitárias vinculadas à vereadora Gigi Castilho – Foto: reprodução TV Globo.

Integram a lista de investigados o esposo da vereadora, Luciano Castilho, e a filha do casal, Andreza dos Santos Adão. Conforme a apuração, a Padaria e Mercearia Impacto, de propriedade de Andreza, faturou R$ 97,5 mil pelos serviços de panificação prestados às creches em 2022 e 2023. Em reportagem anterior, o RJ2 visitou o endereço oficial da padaria, em Santa Cruz, e encontrou um conjunto residencial. Moradores relataram desconhecer a existência do comércio.

A vereadora Gigi Castilho se manifestou por meio de nota. “Esclareço, desde já, que não tive acesso ao inquérito policial, nem tampouco ao procedimento judicial cautelar que culminou com a expedição do mandado de busca e apreensão, não tendo, portanto, conhecimento acerca dos fatos investigados”, afirmou. Ela acrescentou que atuava apenas como diretora pedagógica na Creche Deus é Fiel até março de 2024, sem ingerência na área financeira. “Reitero, igualmente, minha plena confiança nas instituições brasileiras e que, tão logo seja possível, todos os fatos serão devidamente esclarecidos.”

A investigação identificou nove empresas que emitiram notas fiscais para as duas creches. Do total, seis encerraram suas atividades logo após receberem os repasses, que somam mais de R$ 1,7 milhão no período de 2022 a 2023. As creches envolvidas são associações sem fins lucrativos que mantêm convênio com a Prefeitura do Rio. Dados da Secretaria Municipal de Educação indicam que, desde 2019, as unidades já receberam R$ 64,2 milhões em recursos públicos para atender mais de duas mil crianças da rede municipal.

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Thayan Mina

Thayan Mina

Thayan Mina, graduando em jornalismo pela UERJ, é músico e sambista.

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