Futuro do trabalho será liderado por encanadores, eletricistas e carpinteiros, diz CEO de multinacional de tecnologia

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Foto: Pexels

O futuro do trabalho não será dominado apenas por programadores e engenheiros de software, mas também por encanadores, eletricistas e carpinteiros, afirmou Jensen Huang, CEO de uma multinacional de tecnologia norte-americana. Em entrevista ao canal britânico Channel 4 News, o executivo destacou que a expansão da inteligência artificial (IA) e dos data centers no mundo vai aumentar de forma expressiva a demanda por profissionais técnicos.

Segundo Huang, será necessário “duplicar e redobrar” o número desses trabalhadores nos próximos anos. “Vamos precisar de centenas de milhares deles para construir todas essas fábricas”, afirmou o executivo em declaração reproduzida pela Fortune.

A fala chama atenção para o crescimento das chamadas blue-collar jobs, profissões técnicas e operacionais que, embora muitas vezes vistas como simples, devem se tornar centrais na economia digital. Esses ofícios oferecem boa remuneração e alta empregabilidade, sem exigir diploma universitário.

Jensen Huang, CEO da Nvidia, destaca papel central de profissões técnicas no futuro da tecnologia — Foto: Getty Images

Um exemplo é a construção de data centers, que sustentam os sistemas de IA e computação em nuvem. Um único centro de 23 mil m² pode empregar até 1.500 trabalhadores durante sua obra, com salários que podem ultrapassar US$ 100 mil anuais, incluindo horas extras. Mesmo após a conclusão, cerca de 50 profissionais fixos são mantidos, e cada vaga direta gera em média 3,5 empregos indiretos na economia local.

O movimento acompanha investimentos bilionários. A empresa de Huang anunciou, em parceria com a OpenAI, US$ 100 bilhões destinados à construção de novos centros de dados. A consultoria McKinsey projeta que os investimentos globais no setor cheguem a US$ 7 trilhões até 2030, o que amplia a demanda por trabalhadores especializados em construção, elétrica e manutenção.

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Outros executivos também alertam para a escassez de mão de obra técnica. Larry Fink, da BlackRock, e Jim Farley, da Ford, afirmaram que faltam mais de 1 milhão de profissionais nos setores industrial e da construção civil nos Estados Unidos.

O cenário abre caminho para uma nova valorização dos ofícios técnicos. Jovens que optam por profissões como eletricista, encanador ou carpinteiro já encontram alta renda, estabilidade e autonomia, indicando que o futuro do trabalho pode ser tão manual quanto tecnológico.

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