O rapper e empresário Sean “Diddy” Combs foi condenado na última sexta-feira (3) a quatro anos e dois meses de prisão pelo Tribunal Federal de Manhattan. A sentença encerra um dos casos mais comentados dos últimos anos na indústria musical norte-americana.
Preso desde setembro de 2024, o artista já cumpriu um ano e 17 dias da pena. A decisão foi proferida pelo juiz Arun Subramanian, que considerou o artista culpado de violar a Lei Mann, uma legislação federal criada em 1910 para combater o tráfico de pessoas e a exploração sexual entre estados dos Estados Unidos. Além da pena em regime fechado, Combs deverá pagar uma multa de US$ 500 mil.
Durante o julgamento, iniciado em maio de 2025, vieram à tona diversos relatos de abusos e condutas coercitivas que, segundo as vítimas, teriam ocorrido por mais de duas décadas. Testemunhas afirmaram que o rapper mantinha um comportamento de controle e manipulação psicológica sobre mulheres ligadas a ele profissional ou afetivamente.
Entre as vítimas citadas no processo está a cantora Cassie Ventura, ex-namorada do artista, que já havia acusado Combs publicamente de agressões físicas e abusos em 2023. Outra mulher, identificada apenas como “Jane”, também relatou episódios de coerção e exploração sexual. Ambas as vítimas descreveram situações em que eram levadas a encontros forçados e pressionadas a participar de festas privadas organizadas pelo artista.

Apesar das acusações, P. Diddy foi absolvido dos crimes mais graves, como tráfico sexual e conspiração para extorsão. A promotoria defendia uma pena de até 11 anos de prisão, enquanto a defesa argumentava que a condenação não deveria ultrapassar 14 meses, alegando que o caso foi “exagerado” e que o réu estava sendo “julgado pela sua fama, não pelos fatos”. O juiz optou por uma pena intermediária, inferior à faixa recomendada de 70 a 87 meses de prisão.
A defesa do rapper anunciou que vai recorrer da decisão e reforçou que Combs “continua negando categoricamente todas as alegações de exploração e abuso”. Em nota, os advogados afirmaram que o músico “colaborou integralmente com a Justiça” e que o julgamento foi “marcado por distorções e julgamentos morais”.
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