Um levantamento, realizado pela BlackRocks Startups em parceria com a consultoria Bain & Company, revelou que um dia segmentos que mais cresceram durante a pandemia – as startups – ainda tem um percentual de representatividade negra muito pequeno. Segundo dados da Associação Brasileira de Startups, publicado pela revista Forbes, 76% dos entrevistados revelaram que nunca ou raramente recebem propostas de fundadores negros.
Para a CEO do BlackRocks Startups, Maitê Lourenço, o setor possui algumas práticas que impedem a atuação de pessoas negras, como indicações de lideranças, por exemplo. “Justificativas para que a forma de selecionar, investir e apoiar negócios não mudasse sempre foram pautadas na falta de dados, ou de um modelo a seguir; o estudo traz uma indagação aos agentes, para intensificar a discussão sobre relações raciais no país”, pontua.
De acordo com David Laloum, sócio da Startup Distrito, talento, potencial, resiliência e criatividade são fatores muito mais relevantes para garantir uma história profissional ou de negócio bem-sucedida, no entanto, o executivo ressalta que não funciona desta forma. “Infelizmente, o mercado hoje não gera e armazena esses dados de forma eficiente: as fontes existentes precisam ser aprimoradas e precisaremos fazer um trabalho de coleta ativa dessas informações na fonte, ou seja, direto das startups”, comenta.
Ainda segundo o levantamento, startups de pessoas negras possuem menos acesso às formas de financiamento. 32% dos empreendedores negros tiveram algum tipo de linha de crédito durante o período de pandemia, enquanto as pessoas não negras somam 41%. “É preciso dar a cara a tapa: tenho menos de 10% da minha rede composta por fundadores negros, e quero mudar isso”, finaliza a CEO da organização.