Governo brasileiro quer doar 1 milhão de testes quase vencidos ao Haiti

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O Haiti, a nação mais empobrecida do Ocidente, passa por um momento político crítico onde o atual presidente, Jovenel Moïse, eleito em 2017, é acusado de uma tentativa de golpe e o país se vê submerso em uma disputa constitucional. A oposição exigiu que o presidente deixasse o poder neste domingo (07), alegando que o seu mandato de cinco anos acabou. Moïse, no entanto, se recusa a deixar o cargo antes de fevereiro de 2022, alegando só ter assumido em fevereiro de 2017 e que um governo interino ocupou o primeiro ano de seu mandato, após um processo eleitoral caótico, marcado por acusações de fraude.

Em meio este cenário, o governo federal prevê doar ao Haiti 1 milhão de testes de covid-19 com prazo de validade perto de expirar. A informação foi publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo nesta segunda-feira (08).

A operação é articulada pelo Ministério da Saúde e pelo Itamaraty. Segundo a reportagem, entre os 5 milhões de testes sem destinação certa até o momento, uma parte deve ser direcionada ao país da América Central. Uma equipe com representantes das duas pastas está em Porto Príncipe, capital haitiana, para negociar a entrega dos exames.

Essa doação acontece, pois o ministério não conseguiu coordenar uma estratégia nacional massiva de testes na população por conta da falta de reagentes corretos para a identificação do vírus. A pasta afirmou, entretanto, que o pedido para a doação dos testes quase vencidos veio do Haiti, apesar da embaixada não confirmar a veracidade das negociações, e que o Brasil analisa a capacidade estrutural do país em receber e aplicar testes.

A doação está condicionada à capacidade do Haiti de realizar as análises a partir do material. O governo brasileiro não doará reagentes de extração e outros equipamentos necessários para diagnóstico com o teste do tipo RT-PCR.

“Se os haitianos não tiverem como fazer essas análises ou como realizar coletas, não será possível ao Brasil dar início a alguma eventual doação”, afirmou o Ministério da Saúde em nota enviada ao jornal O Estado de S. Paulo.

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