O cineasta Walter Moreira Salles Júnior, herdeiro do Itaú e um dos 50 homens mais ricos do Brasil, defendeu publicamente a tributação das grandes fortunas e a adoção de um sistema tributário progressivo. A declaração ocorreu na nesta de terça-feira (08), durante a cerimônia do Prêmio Faz a Diferença 2024, no Teatro Copacabana Palace, no Rio de Janeiro. Salles e a atriz Fernanda Torres foram homenageados como personalidades do ano.
“Na construção de um país mais justo e igualitário, é essencial corrigir distorções de um sistema que, como sabemos, penaliza mais quem tem menos”, afirmou o cineasta. Ele acrescentou: “Reitero meu apoio à tributação progressiva, à taxação das grandes fortunas e à democracia com justiça voluntária”. Suas falas foram recebidas com aplausos do público presente.

Durante o discurso, Salles também fez referência à tentativa de golpe ocorrida em 8 de janeiro de 2023. “Vivemos um momento delicado, em que um país que tanto lutou pela democracia enfrentou uma tentativa real de desestabilizá-la”, afirmou. Ele completou com uma reflexão sobre o risco de retrocessos: “Por muito pouco não voltamos aos tempos sombrios retratados no filme. E, aproveito para dizer, nem no cinema o flashback é algo desejável. Para que a democracia exista, é preciso haver justiça”.
De acordo com a lista de bilionários da Forbes/Valor Econômico, atualizada em abril deste ano, Walter Salles possui uma fortuna estimada em 4,5 bilhões de dólares, sendo o 12º homem mais rico do país. Além de sua trajetória no cinema, Salles é herdeiro do Unibanco, fundado por seu pai, Walter Moreira Salles, e da Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração, uma das maiores do mundo na produção de nióbio.
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