Puxado pelas mulheres, casamento homoafetivo bate recorde, aponta IBGE

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Enquanto casamentos caem no Brasil, uniões entre mulheres atingem recorde histórico - Foto: Pexels

O número de casamentos entre pessoas do mesmo sexo atingiu um novo recorde no Brasil em 2023: foram 11.198 uniões civis homoafetivas registradas, de acordo com os dados das Estatísticas do Registro Civil divulgadas nesta sexta-feira (16) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). É o maior patamar desde 2013, quando o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) reconheceu oficialmente o direito ao casamento civil para casais LGBTQIA+.

O crescimento foi de 1,6% em relação a 2022, mesmo em um cenário geral de retração. O dado que mais chama atenção é o avanço expressivo dos casamentos entre mulheres, que subiram 5,9% em um ano. Na contramão, os casamentos entre homens recuaram 4,9%.

Essas uniões representaram 1,9% do total de casamentos civis formalizados no país em 2023.

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Enquanto casamentos caem no Brasil, uniões entre mulheres atingem recorde histórico – Foto: Pexels

Queda geral nos casamentos

Ao mesmo tempo em que as uniões homoafetivas femininas crescem, o total de casamentos no Brasil voltou a cair. Foram registrados 940.799 casamentos civis em 2023, uma queda de 3% em relação ao ano anterior. A tendência de queda atinge tanto os casamentos heterossexuais (que caíram 3,7%) quanto os casamentos entre homens (queda de 5,9%).

Os dados confirmam uma mudança social em curso. A média de casamentos no Brasil por mil habitantes já caiu pela metade entre 1980 e 2000 — passando de 12,2 para 6. E, após a pandemia de Covid-19, o setor ainda não voltou aos números pré-2019, quando o país registrava mais de 1 milhão de matrimônios por ano.

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Mulheres lideram mudança de comportamento

Além de registrarem aumento nas uniões homoafetivas, as mulheres também estão se casando mais tarde. Segundo o IBGE, a idade média ao casar é de 32,7 anos para mulheres que se unem a outras mulheres — ante 29,2 anos para aquelas que se casam com homens.

No caso dos homens, a média é de 34,7 anos entre os que se casam com outros homens, contra 31,5 anos para os que têm parceiras mulheres.

Para Klívia Brayner, pesquisadora do IBGE, o recuo nos casamentos pode estar relacionado às novas formas de viver os afetos e formar família. “Não há mais uma pressão social pelo casamento civil. Hoje há mais liberdade para decidir como viver uma relação”, afirma.

Região Centro-Oeste foge à regra

O Centro-Oeste foi a única região brasileira a registrar crescimento no número total de casamentos: alta de 0,8%. Também foi a região com a maior taxa de nupcialidade do país, com 6,5 casamentos por mil habitantes.

Outro dado relevante do levantamento: os divórcios seguem crescendo no Brasil. Em 2023, foram 441 mil registros, aumento de 4,9% em relação a 2022.

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