Trabalhador resgatado em situação análoga à escravidão em MG foi obrigado a tatuar iniciais de “patrões”

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Uma ação coordenada pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), por meio da Auditoria Fiscal do Trabalho, resgatou no início do mês, duas pessoas submetidas a condições análogas à escravidão no município de Planura, na região do Triângulo Mineiro, em Minas Gerais. Uma delas, segundo o MTE, foi obrigada a tatuar as iniciais dos patrões, “como símbolo de posse“.

Segundo o órgão, o trabalhador em questão, foi mantido por, aproximadamente nove anos como “empregado doméstico”, mas sem registro em carteira, e sendo alvo de violência física, sexual e psicológica. 

Iniciais de patrões aliciadores foi tatuada na vítima para representar “posse”, segundo o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) — Foto: MTE/Divulgação

Além dele, que é um homem homossexual, uma mulher trans foi resgatada junto dele, do mesmo local. Ambos tem nacionalidade uruguai e de acordo com as autoridades, as abordagens da quadrilha exploravam principalmente membros de comunidades LGBTQIAPN+, e os aliciava pelas redes sociais, e prometendo falsas oportunidades de trabalho, moradia e acolhimento.

Jáa mulher trans até chegou a sofrer um acidente vascular cerebral (AVC), e relatou que era submetida a um ambiente opressor, sem salário adequado e sob constante intimidação. Os três homens, investigados por manter os dois resgatados em condições análogas à escravidão, foram presos em flagrante.

A operação foi realizada com a participação do Ministério Público do Trabalho (MPT), da Polícia Federal (PF) e do acompanhamento da Clínica de Enfrentamento ao Trabalho Escravo do Centro Universitário Presidente Antônio Carlos (UNIPAC).

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Bárbara Souza

Bárbara Souza

Formada em Jornalismo em 2021, atualmente trabalha como Editora no jornal Notícia Preta, onde começou como colaboradora voluntária em 2022. Carioca da gema, criada no interior do Rio, acredita em uma comunicação acessível e antirracista.

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