Uma ação coordenada pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), por meio da Auditoria Fiscal do Trabalho, resgatou no início do mês, duas pessoas submetidas a condições análogas à escravidão no município de Planura, na região do Triângulo Mineiro, em Minas Gerais. Uma delas, segundo o MTE, foi obrigada a tatuar as iniciais dos patrões, “como símbolo de posse“.
Segundo o órgão, o trabalhador em questão, foi mantido por, aproximadamente nove anos como “empregado doméstico”, mas sem registro em carteira, e sendo alvo de violência física, sexual e psicológica.

Além dele, que é um homem homossexual, uma mulher trans foi resgatada junto dele, do mesmo local. Ambos tem nacionalidade uruguai e de acordo com as autoridades, as abordagens da quadrilha exploravam principalmente membros de comunidades LGBTQIAPN+, e os aliciava pelas redes sociais, e prometendo falsas oportunidades de trabalho, moradia e acolhimento.
Jáa mulher trans até chegou a sofrer um acidente vascular cerebral (AVC), e relatou que era submetida a um ambiente opressor, sem salário adequado e sob constante intimidação. Os três homens, investigados por manter os dois resgatados em condições análogas à escravidão, foram presos em flagrante.
A operação foi realizada com a participação do Ministério Público do Trabalho (MPT), da Polícia Federal (PF) e do acompanhamento da Clínica de Enfrentamento ao Trabalho Escravo do Centro Universitário Presidente Antônio Carlos (UNIPAC).
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