Cartilha aponta como desigualdades habitacionais afetam mulheres negras

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Publicação do Centro Brasileiro de Justiça Climática expõe os impactos do racismo estrutural e da desigualdade de gênero no acesso à moradia no Brasil

A cartilha “Se essa casa fosse minha? Eu mandava ela morar”, lançada pelo Centro Brasileiro de Justiça Climática, em parceria com a Habitat Brasil e o MSTB (Movimento dos Sem Teto da Bahia) na última semana, aponta como as desigualdades habitacionais afetam desproporcionalmente mulheres negras no Brasil.

No país, o déficit habitacional com 11,4 milhões de imóveis vazios e milhares de famílias
sem moradia digna, não se trata apenas uma questão econômica, mas uma questão social também. A cartilha aborda as realidades dessas mulheres que são chefes de família e mães solo, conectando o direito à moradia às questões de justiça social e climática.

A cartilha destaca dados que apontam como as mulheres negras são afetadas pela desigualdade habitacional /Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Com dados impactantes e histórias de resistência, a publicação apresenta soluções urgentes para garantir dignidade habitacional a populações historicamente marginalizadas. Para Taynara Gomes, coordenadora do lançamento, o impacto das desigualdades habitacionais sobre mulheres negras é uma ferida aberta em nossa sociedade. “A cartilha é um passo essencial para expor essas injustiças e propor soluções“, explica.

Acesse a cartilha aqui.

A cartilha também traz uma entrevista com a urbanista Apoena da Silva Ferreira, que reflete sobre a ocupação Quilombo Carolina Maria de Jesus, no Centro Histórico de Salvador. Apoena discute a importância de ocupar espaços abandonados para garantir moradia digna e preservar o patrimônio histórico, além de destacar o papel essencial das parcerias institucionais em viabilizar melhorias habitacionais para as famílias que residem no local. Ela também aborda como essas ocupações resistem à gentrificação (apropriação dos espaços por classes mais altas) e fortalecem laços comunitários.

Para Andréia Coutinho, diretora do Centro Brasileiro de Justiça Climática, o direito à moradia é mais do que ter um teto; é a base para garantir dignidade, pertencimento e acesso à justiça social e climática. “Esta cartilha é um convite à ação coletiva por um futuro mais igualitário”, aponta. O lançamento reafirma o compromisso do Centro Brasileiro de Justiça Climática em articular soluções que combatam as desigualdades e promovam a dignidade para todas as pessoas.

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