No 4º trimestre de 2024, a taxa de desemprego dos jovens com idade entre 18 e 29 anos era de 10,1%, computando mais que o dobro da observada no grupo de pessoas com idade entre 30 e 59 anos que era de 4,5%. Além disso, o índice era mais elevado que a média nacional, de 6,2%, segundo uma pesquisa feita pelo FGV Ibre.
O estudo feito com base em dados da Pnad Contínua, do IBGE, mostra que apesar de a taxa de desemprego no Brasil ter atingido o menor grau desde 2012 (6,2%), os jovens compõem a maioria dos desocupados verificados. No 1º trimestre de 2024, outra pesquisa do instituto revela que a região Nordeste registrou a maior taxa de desemprego entre jovens da faixa etária de 15 a 29 anos, com 19,7%, seguida da região Norte com 14,2% e Sudeste, com 13,7%. As menores taxa foram reportadas no Sul (9,0%) e no Centro Oeste (11,2%).

Embora os jovens com idade entre 18 e 29 anos representem uma parcela expressiva da população de ocupados, sendo 25% do total, muitos estão alocados em ocupações informais. De acordo com os pesquisadores, “no 4º trimestre de 2024, a taxa de informalidade dos jovens com idade entre 18 e 29 anos (38,5%) ficou bem próxima da média nacional (38,6%), mas acima da observada entre os trabalhadores de 30 e 59 anos (35,9%)“.
Dentre essas ocupações informais, há um elevado nível de jovens empregados em subocupações. Segundo a pesquisa, “por definição, os subocupados por insuficiência de horas trabalhadas são aqueles que trabalham menos de 40 horas semanais, mas gostariam e estariam dispostos a trabalhar mais horas”. Cerca de 5,4% dos jovens se enquadravam na categoria de subocupação em comparação com 4,6% do grupo com idade entre 30 e 59 anos.
A maioria dos jovens acabam trabalhando em ocupações de baixa remuneração, pouca qualificação e alta rotatividade. Dentre as 20 ocupações que mais empregam jovens no Brasil, as mais destacadas são: balconistas e vendedores de lojas e escriturários gerais. “Essas ocupações geralmente são consideradas de pouca complexidade, baixa exigência de conhecimento especializado, alto grau de informalidade e baixos salários”, afirma.
Dentre os fatores que explicam esses números está a baixa qualificação dos jovens, aliada a falta de experiência, a precarização do trabalho e a concorrência com profissionais mais experientes. Para alterar esse cenário, os pesquisadores destacam que é necessário “pensar em estratégias que ajudem os jovens a acumularem as habilidades e conhecimentos demandados pelas vagas de emprego”.
Acrescentam que investimentos em educação e em políticas públicas para capacitar tecnicamente os jovens são fundamentais para a inserção deles no mercado de trabalho.
Para o economista Paulo Peruchetti, um dos autores do estudo, ao g1, dentro do cenário do mercado competitivo, “é essencial que os jovens se qualifiquem para ocupar vagas que paguem melhor e sejam mais formais”.
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