Lucas Moreira de Souza, de 26 anos, chegou a ser condenado a 77 anos por um crime que nunca cometeu. Preso desde 20 de dezembro de 2017, por um suposto envolvimento em uma série de assaltos no Distrito Federal (DF), o jovem foi solto nesta quinta-feira (22) e lamentou o fato de ter perdido parte da infância do filho Kauan, hoje com 5 anos.
“Pelo fato de ser negro e morar na periferia, você já se torna um suspeito. Perdi parte da infância do meu filho“, disse Lucas após deixar o presídio.
“Foi uma condenação injusta. Trabalhamos muito nesse processo para tirar esse inocente da prisão“, comentou o defensor público Daniel de Oliveira que atuou no caso e entrará com um pedido de indenização contra o Estado.
Daniel afirma que “nenhum dinheiro vai pagar o tempo que Lucas perdeu“, mas que a indenização “é o mínimo a se fazer nesse momento“.
Entenda o caso
No dia em que Lucas detido, ladrões roubaram um carro e cometeram outros delitos, em Ceilândia. Em seguida, foram para outro bairro e continuaram a sequencia de crimes.
Neste dia, Lucas acordou pela manhã, tomou café e foi para a rua, onde costumava soltar pipa. Foi aí que o rapaz foi aborda do por policiais e apontado como um dos suspeitos dos crimes. Desde então, ficou detido no sistema carcerário da capital federal por três anos.
Há cerca de dois anos um policial civil que havia atuado na investigação e acreditava na inocência do jovem procurou a Defensoria Pública do DF.
Ele conseguiu apresentar indícios de que o rapaz não estava envolvido nos crimes. Além disso, a equipe mostrou que o carro utilizado para cometer os assaltos foi utilizado em outros delitos, dez dias após a prisão de Lucas.