Restauração de áreas de preservação no Ceará pode ajudar com enfrentamento da escassez e seca na região, diz levantamento

O clima da caatinga é marcado pelas irregularidades ou escassez da chuva. O solo rachado é característico da região, bem como os cactos.

O clima da caatinga é marcado pelas irregularidades ou escassez da chuva. O solo rachado é característico da região, bem como os cactos.

Um estudo desenvolvido pelo Instituto Escolhas, em janeiro deste ano, prevê ações de combate às secas e escassez que aflige a região do Ceará. O estudou mapeou a restauração de 15 mil hectares de áreas próximas a cursos d’água localizadas dentro dos assentamentos federais, que pontuou que essa restauração pode ajudar com enfrentamento da escassez e seca no estado.

A iniciativa beneficiará a população em vários aspectos segundo o Instituto, como a geração de empregos, a redução de 2,49 milhões de toneladas de CO2 na atmosfera, produção de alimentos e proteção das fontes de água. O Ceará, estado brasileiro localizado na região Nordeste, a caatinga é a vegetação que predomina.

O clima da caatinga é marcado pelas irregularidades ou escassez da chuva. O solo rachado é característico da região, bem como os cactos.
O clima da caatinga é marcado pelas irregularidades ou escassez da chuva. O solo rachado é característico da região, bem como os cactos/ Fonte: Pexels.

A caatinga é a vegetação que prevalece em quase todo o território do Nordeste do Brasil, sendo um bioma próprio do Brasil. Sua característica principal é o clima quente e tempo seco, sofrendo com uma alta degradação ambiental, principalmente no que diz respeito aos processos de desertificação, o que intensifica o risco de pobreza, fome e sede.

O gerente de pesquisa do Instituto Escolhas, Rafael Giovanelli, destaca que uma das estratégias que podem ser implementadas é o de sistemas agroflorestais, situados nas Áreas de Preservação Permanente (APPs).

Nosso estudo mostra que, se forem implementados sistemas agroflorestais como estratégia de restauração desses 15 mil hectares, situados em Áreas de Preservação Permanente (APP) dos assentamentos, é possível gerar 66,4 mil empregos e produzir 3,66 milhões de toneladas de alimentos”, afirma.

Os sistemas agroflorestais integram a recuperação da vegetação nativa com a produção de alimentos contribuindo para soluções produtivas mais sustentáveis e ecológicas. O Código Florestal (Lei nº 12.651/2012) permite a implementação dessa prática. O custo do projeto ao longo de 30 anos é calculado em torno de 1,33 bilhão, porém além dos benefícios já citados, o investimento traria R$ 3,78 bilhões em receita líquida para o estado.

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Maria Eugênia Melo

Maria Eugênia Melo

Nortista, de Palmas capital do Tocantins. Formada em Jornalismo pela Universidade Federal do Tocantins.

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