Três mulheres que fizeram história representadas pelo mesmo rosto “A mulher negra de turbante”
A iniciativa “Faces Negras Importam”, que contou com as pesquisadoras, Aline Najara, Eny Cleyde Vasconcelos, Silviane Ramos e Rejane Mira, busca retratar a história e devolver a identidade de três personalidades negras que tiveram seus rostos apagados por décadas: Tereza de Benguela, rainha quilomba do século XVIII; Luiza Mahin, figura marcante na Revolta dos Malês e Maria Felipa, liderança na independência da Bahia.
No projeto do Banco do Brasil, as pesquisadoras utilizaram estudos acadêmicos, em que retratam características pessoais de Tereza de Benguela, Luiza Mahin e Maria Felipa e recursos de Inteligência Artificial para recriar seus rostos, devolvendo representações visuais únicas. A diretora de arte visual, Ilka Cyana, foi a responsável por criar e desenvolver as imagens que agora estão disponíveis no site bb.com.br/facesnegrasimportam.
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Essas mulheres negras que transformaram a história do Brasil tiveram seus rostos devolvidos, resgatando suas narrativas e podendo ter os acervos de pesquisas e literatura atualizados. “É muito importante olhar para trás e reencontrar este passado que foi negado”, diz a professora e pesquisadora Aline Najara, doutora em História Social e autora do livro “Luiza Mahin: Uma Rainha Africana no Brasil”, em vídeo de divulgação da iniciativa.
Conheça as pesquisadoras do projeto “Faces Negras Importam”
Aline Najara da Silva Gonçalves
Mulher negra, natural de Alagoinhas, Bahia. É doutora em História (UFRRJ), mestre em Estudos da Linguagem (UNEB) e especialista em História Afro-Brasileira (FAVIC). É autora dos livros “Luiza Mahin: Uma Rainha Africana no Brasil” (CEAP, 2011) e “Luiza Mahin: A Guerreira dos Malês” (CEAP, 2011), bem como da tese “É conter os negros: debates e narrativas sobre a questão do elemento servil no Império do Brasil, 1865-1908” (UFRRJ, 2022). Suas pesquisas estão centradas na história do processo de emancipação da mão de obra escravizada e do pós-abolição no Brasil. Atualmente desenvolve pesquisa de pós-doutorado no Centro de Estudos Latino-Americanos (CLAS) da Universidade de Pittsburgh (EUA), no âmbito do Consórcio Universitário de Estudos Afro-Latino-Americanos.
Rejane Mira
Mestre em Desenvolvimento Regional, especialista em Metodologia do Ensino Superior, turismóloga e já realizou diversos trabalhos de consultoria em turismo e interpretação do patrimônio em destinos da Bahia. Foi professora na FACTUR (Faculdade de Turismo da Bahia), Instituto Federal da Bahia (IFBA) e na Fundação Visconde de Cairu. É autora do livro “Turismo e Interpretação do Patrimônio: Uma abordagem comunitária” e sócia da Cria Rumo Consultoria. Consultora e instrutora do Sebrae nas áreas de turismo, cultura e economia criativa.
Silviane Ramos Lopes da Silva
Mulher negra quilombola. Professora doutora da Seduc/Unemat – Gedifi/Fiocruz latinas. Pesquisadora pertencente à comunidade do Calvário de Vila Bela da Santíssima Trindade. Historiadora e socióloga, afroartivista e produtora cultural, escritora e presidente fundadora do Coletivo Herdeiras do Quariterê. Idealizadora do projeto Potências Negras Criativas, que alcança hoje 14 dos 26 estados do nosso país transformando a vida de pessoas negras. Mãe de Júlia Beatriz e Ian, filha de Maria das Dores, neta de Gregória Marques Ramos, bisneta de Teodora e tataraneta de Tereza! Marca, assim, a pertença da quinta geração de Tereza de Benguela.
Eny Kleyde Vasconcelos
Mestra em Educação e pesquisadora de Maria Felipa.
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