Prefeitura ergue muro na cracolândia de SP, e ONG reage: “Campo de concentração”

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Um muro de 40 metros de extensão e 2,5 metros erguido na Cracolândia, no Centro de São Paulo, gera reação de assistentes sociais e militantes por direitos humanos. Porta voz do Movimento Social Craco Resiste, Roberta Costa teceu duras críticas e disse que o muro “parece visualmente um campo de concentração”. De acordo com o prefeito, Ricardo Nunes o muro existe desde 2023.

Em entrevista ao G1, Roberta Costa argumentou que entende que o muro foi erguido para manter os usuários de craque dentro do espaço e “cobrir” a visão da Cracolândia.

“O que a gente viu acontecer no ano passado está num nível muito bizarro, que, inclusive, parece visualmente um campo de concentração”, disse Roberta ao G1. Para ela o muro encarcerou os usuários. Ela ainda revelou que os movimentos de direitos humanos são impedidos de entrar no espaço para prestar serviço aos usuários.

Roberta Costa argumentou que entende que o muro foi erguido para manter os usuários de craque dentro do espaço e “cobrir” a visão da Cracolândia – Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil.

“Não cuidam e também nos impedem de cuidar. Esse triângulo é delimitado por esse muro que foi construído para as pessoas com carro não verem as pessoas que estão ali. E quem quer sair das grades ou ficar na calçada – do outro lado da rua – é comum receber spray de pimenta na cara para voltar para a grade”, disse ela ao G1.

De acordo com apuração da CNN, a prefeitura de São Paulo informou que o muro foi construído com o intuito de substituir o tapume que havia no local e favorecer a segurança de pessoas em situação de vulnerabilidade, moradores e trabalhadores que transitam pelo bairro.

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Thayan Mina

Thayan Mina

Thayan Mina, graduando em jornalismo pela UERJ, é músico e sambista.

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