Poder de compra do brasileiro seguirá estagnado até 2026 mesmo com aumento real do salário mínimo, aponta estudo

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Apesar do reajuste de 7,5% no salário mínimo brasileiro, que elevou o valor para R$ 1.518,00 em 2025, o poder de compra da população deve permanecer estagnado até 2026, sem retornar aos níveis pré-pandemia. É o que revela um estudo da consultoria LCA 4intelligence.

Essa estagnação afeta de maneira mais intensa a população negra, que já enfrenta disparidades salariais significativas. Dados do IBGE de 2022 revelam que o rendimento médio mensal dos trabalhadores brancos (R$ 3.273) é 64,2% superior ao de pretos ou pardos (R$ 1.994).

Além disso, a diferença salarial persiste em todos os níveis de instrução. No caso de trabalhadores com ensino superior completo, o rendimento-hora dos brancos (R$ 35,30) supera em 37,6% o dos pretos ou pardos (R$ 25,70).

No período entre 2010 e 2019, melhor momento para o poder de compra do brasileiro, o salário mínimo comprou em média 2,1 cestas básicas. Foto: Pexels

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Essa desigualdade é refletida na ocupação de cargas de gestão, onde apenas 29,9% são ocupados por pretos ou pardos, apesar de representarem 55,8% da população e 54,9% da força de trabalho.

A combinação de um salário mínimo com poder de compra estagnado e a persistente desigualdade salarial por raça agravam a vulnerabilidade econômica da população negra no Brasil. Fatores como a valorização do dólar e o aumento contínuo dos preços dos alimentos selecionados para esse cenário desafiador.

A alta do dólar impacta diretamente o custo de vida dos brasileiros, elevando os preços de produtos importados e de insumos utilizados na produção nacional. Isso resulta em aumentos nos preços de alimentos e bens de consumo, corroendo o poder de compra das famílias.

Para enfrentar essas desigualdades, o governo brasileiro tem implementado políticas públicas externas à promoção da igualdade racial. A Política Nacional de Promoção da Igualdade Racial, por exemplo, busca reduzir as desigualdades raciais no país por meio de ações de curto, médio e longo prazos.

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No entanto, especialistas destacam que, embora essas políticas representem avanços, ainda há um longo caminho a ser percorrido para superar as desigualdades raciais e econômicas no Brasil. A continuidade e o fortalecimento dessas iniciativas são essenciais para promover uma sociedade mais justa e equitativa.

Desde 1998, início a série histórica da cesta básica do Dieese em São Paulo, até 2010, houve um ganho no poder de compra do brasileiro, mostram os dados.

Passando de um pouco mais de uma cesta básica por salário mínimo para 2,2 cestas básicas em janeiro de 2010.

No período entre 2010 e 2019, melhor momento para o poder de compra do brasileiro, o salário mínimo comprou em média 2,1 cestas básicas.

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