O perfil de Ana Paula Minerato no Instagram foi desativado nesta quarta-feira (27), após a grande repercussão causada por comentários racistas feitos contra a cantora Ananda, do grupo Melanina Carioca. Ainda não está claro se a retirada da conta foi uma decisão da ex-apresentadora ou uma medida da plataforma. No áudio vazado, divulgado na última segunda-feira (25), Minerato utilizou termos ofensivos como “empregada do cabelo duro” e “neguinha”, desencadeando críticas massivas nas redes sociais e consequências em sua carreira.
Em resposta à repercussão, Minerato foi desligada da Band, onde trabalhava como apresentadora, e da escola de samba Gaviões da Fiel. Na terça-feira (26), ela publicou um vídeo chorando, tentando justificar suas falas e atribuindo o episódio a um relacionamento abusivo. “Quero pedir desculpa para todo mundo que se sentiu atingido, para a Ananda e para todos que ouviram essas palavras horríveis. Sei que foi uma ofensa terrível a alguém que nem conheço. Estou muito abalada”, declarou.
Entretanto, as desculpas não foram bem recebidas. Ativistas e influenciadores, como Patrícia Ramos, destacaram a gravidade do racismo. “Ela teve a coragem de culpar o relacionamento abusivo. Vivi anos em um relacionamento tóxico, mas isso não é justificativa para ferir outras pessoas. Seus traumas precisam de cuidado, mas isso não dá a ninguém o direito de ser racista”, escreveu Patrícia em suas redes sociais.
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A cantora Ananda também reagiu com indignação. “Bonita por fora, mas feia por dentro. Os áudios dessa mulher fizeram meu sangue ferver. Não tem conversa com esse tipo de gente. Não queria estar na sua pele, loirinha”, afirmou. Para Ananda, o episódio reflete o racismo estrutural que precisa ser enfrentado com urgência na sociedade brasileira.
O racismo é um crime previsto na Lei 7.716/1989, com penas que variam de um a cinco anos de reclusão, além de multa. A prática, além de inaceitável, causa impactos profundos na vida das pessoas negras, perpetuando desigualdades e violências históricas. Especialistas apontam que justificativas como as apresentadas por Minerato não minimizam a gravidade das ofensas, mas reforçam a necessidade de educação antirracista.
O caso expôs, mais uma vez, a importância de responsabilizar atitudes racistas, independentemente do contexto. Além das sanções legais, o episódio reitera a urgência de debates e ações concretas para desmantelar práticas discriminatórias, fortalecendo uma sociedade mais justa e igualitária.