A Brasilidade do Chef Arturo Baéz em sua cozinha autoral no Sul de Minas

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De Parauapebas (sudeste do Pará), o chef Arturo Baéz pode quase dizer que rodou do Oiapoque ao Chuí em suas viagens profissionais motivadas exclusivamente pela  sua vontade de a cada dia conhecer um pouquinho mais sobre as peculiaridades e riquezas da Gastronomia Brasileira. O chef rodou mais de 140 mil quilômetros e hoje, com sua esposa e filhos, está em Lavras (MG) assinando o menu do Romanesqaa ao lado da chef Jajá – amiga que fez em sua participação no reality show Top Chef Brasil (TV Record).

Chef Arturo Baéz no Romanesqaa /Foto: Divulgação

Sua entrada na cozinha não foi planejada – foi ao acaso. Um dia um cozinheiro faltou e seu pai (senhor Oriovaldo Mateus)  o perguntou se ele conseguiria ir na cozinha mandar uma porção para os clientes. Ele não pestanejou e foi. E de lá desta porção, nunca saiu da cozinha. Já são 16 anos rodando o Brasil coordenando cozinhas industriais pelo país.

Em 2007  deixou o Pará e foi para Caxias do Sul (RS) fazer o curso de Gastronomia. A paixão pela gastronomia vem de família. Como contou o chefe “(…) o meu pai era dono de uma cozinha industrial. Minha família mexe com comida; minha avó cozinhava com padres; minhas tias também estavam na cozinha e meu pai também acabou enveredando para cozinha; e, automaticamente, eu também.” O amante da gastronomia queria se especializar em alta gastronomia e deixar um pouco de lado os restaurantes de fábricas que são grandes refeitórios de coletividades. O chef diz que faltava algo: a personalidade dele na comida.

Arturo e o senhor Oriovaldo Mateus em 2009 /Foto: Divulgação

Com o falecimento do seu pai, começou a aprofundar em algo que lhe trouxesse mais prazer: gastronomia brasileira com foco nos insumos da Amazônia – e começou a decolar.  Foi notado pela Secretaria do  Turismo do Estado do Pará, pela Embratur e pelo Ministério do Turismo. Rodou mais de 20 estados com o projeto “Pará na Bagagem” e representou o Brasil em eventos internacionais em Madrid, Barcelona, Paris e Berlim levando a Gastronomia Brasileira em eventos do Ministério do Turismo e Embratur.

Tive o prazer de experimentar o “Brasil no Prato” – uma criação autoral com Aligot de abóbora com puxuri da Amazônia com barriga de porco com demi-glace de jabuticaba; azeite de ora pro nóbis e telha de fubá – esse é o Brasil do Brasil no prato do Preto Gourmet. Eu e minhas amigas achamos divina essa criação no jantar que ele preparou especialmente para nossa reencontro de celebração de 20 anos de formatura de graduação.

Aligot de abóbora com puxuri da Amazônia com barriga de porco com demi-glace de jabuticaba; azeite de ora pro nóbis e telha de fubá /Foto: Divulgação

O que o chef Arturo faz é uma gastronomia de fusão: juntar elementos e técnicas de diferentes culturas e regiões. Especificamente, ele considera os traços libaneses da cozinha do Romanesqaa (característica da casa) com elementos da riqueza culinária amazônica com um toque de mineirice – afinal, ele está agora em Minas Gerais. 

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Preto Gourmet

Preto Gourmet

Empreendedor Social, criador do Prêmio Gastronomia Preta, criador do conceito Economia Pretagonista, professor de Administração no curso de Gastronomia na UFRJ, doutor em Administração (Eaesp-FGV), autor de 11 livros, pesquisador (com dezenas de artigos científicos) e homem preto que cria rupturas numa gastronomia eurocentrada. É jurado do Edital Entra na Roda da cantora Iza e curador do Camarote Folia Tropical (2023) em Gastronomia e Inclusão Social.

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