Quilombolas têm taxa de analfabetismo quase três vezes maior que a nacional, segundo Censo

image-18.png

A taxa de analfabetismo entre os quilombolas no Brasil é 2,7 vezes superior à média da população geral do país. É o que mostra os dados do Censo Demográfico de 2022, divulgado nesta sexta-feira (19) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que também revela que Brasil possui 7.666 comunidades quilombolas em em 25 Unidades da Federação.

O levantamento considera como alfabetizada a pessoa que declara ser capaz de ler e escrever um bilhete simples, ou que possui habilidade para entender braille. Na população brasileira em geral, a taxa de pessoas que não possuem essas habilidades é de 7%. Entre os quilombolas, essa taxa é significativamente maior, atingindo 18,9%.

Especificamente entre aqueles que vivem em territórios quilombolas oficialmente delimitados, quando essa proporção aumenta para 19,75%.

Aproximadamente um milhão de pessoas quilombolas com 15 anos ou mais, vivendo tanto dentro como fora de territórios oficialmente demarcados, 81,01% são alfabetizadas, enquanto 18,99% não possuem alfabetização. Comparativamente, a proporção de pessoas analfabetas entre os quilombolas é 2,7 vezes maior do que a taxa observada na população em geral, que é de 7%.

Segundo o Censo de 2022 do IBGE, Brasil possui 7.666 comunidades quilombolas /Foto: Luís Henrique Wanderley/Agência de Notícia do Estado do MA

Essa diferença existe em todas as faixas etárias, inclusive entre os mais jovens, onde geralmente as taxas de analfabetismo são menores. Entre adolescentes de 15 a 17 anos, a taxa de analfabetismo na população brasileira é de 1,59%, enquanto entre os quilombolas é de 3,18%.

Já na faixa etária de 18 a 19 anos, essas taxas são de 1,46% e 2,91%, respectivamente. À medida que a idade avança, a diferença aumenta ainda mais, chegando a seu ápice entre os idosos com mais de 65 anos, onde as taxas de analfabetismo são de 20% na população em geral e 53% entre os quilombolas.

Esses dados evidenciam que a desigualdade na alfabetização persiste em todas as idades dentro da comunidade quilombola, demonstrando um desafio significativo que abrange desde os mais jovens até os mais velhos.

Leia também: Povos de Terreiro e comunidades quilombolas do RS recebem doações de alimentos

Deixe uma resposta

scroll to top