Justiça do RJ determina prisão preventiva de professora denunciada por insultos racistas contra aluna

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O Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJRJ) determinou a prisão preventiva de uma professora do ensino fundamental, que foi presa em flagrante na última sexta-feira (07), por ter sido acusada de fazer insultos racistas a uma aluna de 8 anos. A ofensa ocorreu na Escola Municipal Estados Unidos, no Centro do Rio. A Secretaria Municipal de Educação afirma que afastou a professora, e que está apurando o caso.

De acordo com a 19ª DP (Tijuca), a mulher foi conduzida por policiais militares à delegacia, onde foi ouvida e autuada em flagrante pelo crime de injúria racial. A decisão da juíza Ariadne Villela Lopes durante a audiência de custódia foi motivada por conta da acusada, Cristiani Bispo Valeriano, ocupar “posição de comando” em relação à vítima e por oferecer “risco concreto à ordem pública”.

Segundo a família, esta não teria sido a primeira vez que a menina foi ofendida pela professora. “Na quarta ela chamou minha filha de lixo e disse que ela usava crack. Na quinta, eu fui lá, reclamei com a direção e fiz um registro contra ela. Hoje, novamente ela chamou minha filha de preta, cabelo duro e que ela mora debaixo da ponte. Eu chamei a polícia, até contra os policiais ela disse ofensas” disse Lorhane Sampaio, mãe da aluna, em entrevista ao g1.

Colégio Estados Unidos, local onde a professora que proferiu insultos racistas trabalhava – Foto: Reprodução.

A Secretaria Municipal de Educação afirmou em nota que não só afastou a professora de suas funções, como também instaurou uma sindicância para apurar o caso. Além da filha de Lorhane , outra menina, filha de Gabrielly da Conceição Bazilio, também conta que foi alvo de ofensas racistas, da mesma professora.

A Secretaria também afirma que os alunos e seus responsáveis foram acolhidos e receberam apoio da equipe gestora da escola. “A Secretaria reforça que qualquer forma de discriminação contra alunos é inadmissível, rigorosamente combatida e punida. A professora está sujeita a ser demitida do serviço público ao término da apuração“, pontua o órgão, que menciona a implementação desde 2001 da a Gerência de Relações Étnico-Raciais (GERER), para combater o racismo no âmbito escolar.

A professora foi internada após a prisão, e deve se apresentar à Justiça assim que tiver alta. O Notícia Preta entrou em contato com a defesa de Cristiani Bispo, mas até o fechamento da matéria, não recebemos retorno.

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Thayan Mina

Thayan Mina

Thayan Mina, graduando em jornalismo pela UERJ, é músico e sambista.

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