Na última terça-feira (16) o deputado federal Maurício Marcon (Podemos-RS), que afirmou em 2023 que a Bahia era um “lugar sujo e de pobreza”, teve o seu mandato cassado pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Rio Grande do Sul. O motivo da cassação é que o partido do deputado teria usado uma candidatura laranja para fraudar a cota de mulheres nas eleições de 2022.
Sete desembargadores decidiram pela cassação do deputado e de todos os suplentes do Podemos. Contudo, Marcon permanecerá em seu mandato, já que ainda é possível recorrer ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O comentário sobre a Bahia aconteceu durante uma transmissão ao vivo, ao compará-lo com o Haiti.
Na época das declarações do deputado sobre o estado baiano, a Polícia Civil abriu uma investigação e encaminhou o inquérito para a Polícia Federal. Na ocasião, Marcon declarou que suas palavras foram “maldosamente distorcidas por grupos e pessoas que visam única e exclusivamente destruir a imagem de quem pensa diferente”.
“A gente teve lá na Bahia, é um Haiti assim, não tem explicação. É uma pobreza, é tudo pichado, é sujo. E é uma área turística. A gente fica imaginando onde não é”, disse Marcon na live. Mas o deputado diz que tem “admiração e respeito” pelo povo da Bahia, e que sua fala foi para “alertar e trazer ao público o quanto este estado merece atenção e cuidado”.
O governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), se pronunciou repudiando a fala do deputado do RS.
As declarações aconteceram quando o parlamentar comentava a votação obtida pelo presidente Lula (PT) na Bahia. O petista conquistou 72% dos votos válidos no estado, perdendo apenas em dois dos 417 municípios.
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