Mesmo sendo 54% da população brasileira, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), os negros continuam sendo poucos representados por seus anunciantes, quem comprova essa afirmação é o estudo divulgado pela AS365 agência e a Elife, intitulado “Representação da Diversidade na Propaganda Digital Brasileira”. A pesquisa mostra em números que os homens e mulheres brancos continuam sendo protagonistas. Observa-se no estudo que os brancos estão presentes em 87% das publicações de marcas, enquanto os negros representam 34%.
Em sua segunda edição, o estudo analisou 5.261 posts do Facebook e Instagram dos 20 principais anunciantes brasileiros, separados em dez categorias sendo elas: cerveja, bebidas não alcoólicas, higiene e beleza, farmacêutica, financeiro, varejo, alimentos, telecomunicações, hotelaria, automotivo.
Metodologia
Desenvolvido através da ferramenta de gestão social Buzzmonitor, o estudo comprova que apenas 6% dos negros são chamados para propagandas das marcas do setor automotivo, enquanto homens e mulheres brancas são a maioria nesse segmento. Na primeira edição da pesquisa, nessa mesma categoria, os negros tinham 60% de representatividade.
A análise anterior foi feita baseada em informações do Facebook e o total de posts analisados foram 1.465. Nesta edição foram incluídos dados disponibilizados também pelo Instagram. “A queda na presença de pessoas negras na publicidade foi de 10 pontos percentuais, em relação aos dados referentes 2018”, relata Viviane Ito, head de insights e planejamento da SA365 e uma das responsáveis pela pesquisa.
Maiores quedas
Ainda de acordo com a pesquisa, a categoria Indústria Farmacêutica foi considerada pelos pesquisadores a mais destoante da realidade do país, sendo representada em sua grande maioria por mulher e homens brancos. Os negros assumiram 12% do espaço nesse setor. “No ano passado, durante a primeira edição do estudo, já havíamos percebido que os negros eram um dos grupos mais sub representados, mas não imaginávamos que haveria uma queda tão expressiva”, constatou Aline Araújo, responsável pelo levantamento e gerente de contas da Elife.
Mulheres estão presentes em 71% dos materiais, seguidas por homens que figuram em 62% dos conteúdos analisados. A pesquisa revelou também que os grupos minoritários como LGBTQIA+ corresponderam a 4% das peças publicitárias. A presença das pessoas com deficiências (PCDs) respondem por 1% das amostras coletadas. Amarelos tiveram representatividade em menos de 1%. Já os grupos indígenas não tiveram sua presença registrada em nenhum dos materiais coletados.
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