Mulheres africanas têm 130 vezes mais chances de morrer durante a gravidez, diz pesquisa da ONU

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Um estudo da agência de saúde sexual e reprodutiva da Organização das Nações Unidas (ONU) revela que as mulheres africanas são 130 vezes mais propensas a morrer devido a complicações na gravidez ou no parto, do que as europeias e as da América do Norte.

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O relatório “Vidas entrelaçadas, fios de esperança: acabando com as desigualdades na saúde e nos direitos sexuais e reprodutivos” aponta que mais da metade de todas as mortes maternas evitáveis ocorre em países em estado de crise ou miséria.

Ainda no relatório, mulheres e meninas que vivem na pobreza têm maior probabilidade de morrer prematuramente devido à falta de assistência médica se pertencerem a grupos minoritários ou se estiverem em áreas de conflito.

Uma mulher com com o filho, com a equipe do UNFPA, em um hospital na República do Mali, na África Ocidental /Foto: UNFPA Mali/Amadou Maiga

A diretora do Unfp em Londres, Mónica Ferro, explica que a incapacidade do mundo em chegar aos mais necessitados, deve-se, em grande parte, à “falta de vontade de enfrentar os legados de desigualdade de género, discriminação racial e desinformação que estão na base dos nossos sistemas de saúde”.

Cerca de 800 mulheres morrem todos os dias ao dar à luz, um número que o Fundo da População da ONU (Unfpa), responsável pela divulgação do relatório, considera preocupante e que permanece inalterado desde 2016.

“O mundo não fez nenhum progresso para salvar as mulheres de mortes evitáveis durante a gravidez e o parto”, declara a diretora executiva do Unfpa, Natalia Kanem, que acrescentou que, pela primeira vez, foram coletados dados sobre o fortalecimento da autonomia corporal das mulheres ao longo do tempo. 

Segundo o relatório, de modo geral, houve avanços significativos na saúde sexual e reprodutiva, que se tornou uma prioridade de desenvolvimento sustentável global há três décadas. No entanto, o estudo mostra que um quarto das mulheres não possui autonomia para negar sexo com seu parceiro e quase uma em cada 10 não tem voz sobre contracepção.

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