Participação feminina na ciência: Brasil é o terceiro colocado no ranking mundial

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Na última semana, a empresa Elsevier em parceria com a Agência Bori, divulgou um estudo que mostra um aumento da  participação feminina como autoras de publicações científicas. Nos últimos 20 anos, a produção de pesquisadoras no Brasil saltou de 38% em 2002, para 49% em 2022, com base no relatório “Em direção à equidade de gênero na pesquisa no Brasil”.

O Brasil é o terceiro colocado no ranking mundial, na lista de contribuição de mulheres no espaço de produção científica, que conta com 18 países mais a união europeia. A Argentina e Portugal ocupam as primeiras posições no ranking, ambos têm a maioria – cerca de 52% – de mulheres como autoras dos artigos científicos, conforme os dados de 2022.

A produção científica teve um crescimento significativo, em especial, nas áreas relacionadas à Ciência, Tecnologia,  Engenharia e Matemática. Passando de 35% em 2002, para 45% em 2022, que são áreas que historicamente registram uma menor participação feminina. De acordo com os levantamentos, o documento mostra a quantidade de autores homens e mulheres que assinaram publicações científicas ao longo dos últimos 20 anos.  

Nos últimos 20 anos, as produções de pesquisadoras no país saltou de 38%, em 2002, para 49%, em 2022 /Fonte: Reprodução/ Agência Brasil/Tomaz Silva

Além disso, a análise foi realizada por intermédio da base de dados Scopus, a partir da ferramenta da Elsevier. Com esse recurso, é possível fazer um recorte de gênero, de forma binária, isto é, com um limite de alcance. A Elsevier é uma companhia holandesa, que atua na produção de conteúdo científico e técnico, enquanto a Agência Bori tem como objetivo a valorização das evidências científicas por meio da divulgação à imprensa.

Em relação a patentes de inovação, os homens continuam acumulando muito mais direitos do que as mulheres. Segundo o relatório, houve estagnação no nível de participação feminina nos últimos 15 anos, quando a proporção variou de 3% a 6%.

No entanto, mesmo com o avanço nas áreas citadas, ainda há desafios que precisam ser  superados. Segundo o relatório, à medida que a carreira avança, o que se constata é a redução da presença de mulheres. No período de 2018 a 2022, as mulheres com cerca de 5 anos de experiência foram autoras ou coautoras em mais da metade (51%) das publicações. Por outro lado, a parcela cai para 36% quando se observa as produções existentes entre autores com mais de 21 anos de caminhada na pesquisa. 

Aliás, vale mencionar que, mesmo com o crescimento da figura feminina no âmbito científico, ainda há desigualdade. Inclusive, as  mulheres negras são as principais vítimas das desigualdades no  ensino e na produção científica, com base no censo da Educação Superior de 2016. Inclusive, apesar das mudanças recentes na participação feminina na área científica, a atuação de pesquisadoras pretas, pardas e indígenas ainda é pequena, em síntese, ainda há muita disparidade nesse cenário.

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Aline Rocha

Aline Rocha

Aline Rocha é Graduada em Licenciatura em Linguagens e Códigos- Língua Portuguesa, pela Universidade Federal do Maranhão. Pós-Graduada em Linguagens, Suas Tecnologias e o Mundo do Trabalho pela Universidade Federal do Piauí. É integrante do grupo de pesquisas: GEPEFop LAPESB- Laboratório de pesquisa Pierre Bourdieu: Análise sobre a prática pedagógica.Atuou como bolsista no Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID), na qual ministrou aulas de Língua Portuguesa nas turmas do 6º ano e 9º ano, tanto na modalidade regular como na Educação de Jovens e Adultos (EJA). Entre 2018 a 2020. Atuou como bolsista Capes no Programa Residência Pedagógica, em que ministrou aulas de Língua Portuguesa nas turmas do 9º ano, 1º ano e 3º ano do Ensino Médio, entre 2020 a 2022. Atuou como monitora voluntária na disciplina de Linguística Textual, na turma 2018, do curso de Linguagens e Códigos-Língua portuguesa, na Universidade Federal do Maranhão. Atualmente é Professora da Educação Básica e pesquisadora Antirracista.

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