Trabalhadores da Refinaria de Mataripe, situada em São Francisco do Conde, na Bahia, iniciaram uma paralisação nesta quarta-feira (6), em resposta à demissão em massa de 150 funcionários, 30 próprios e 120 terceirizados, após a privatização da empresa em 2021.
A decisão foi tomada após uma reunião realizada na última terça-feira (5) com representantes da Federação Única dos Petroleiros (FUP), do Sindipetro Bahia e do Sindicato dos Trabalhadores na Construção Civil, Montagem e Manutenção Industrial (Siticcan).
A privatização da refinaria, vendida ao fundo árabe Mubadala e administrada pelo grupo Acelen, tem gerado preocupações entre os trabalhadores e sindicatos. Na última terça-feira (5), 28 empregados foram dispensados, totalizando 1.725 trabalhadores, dos quais 700 são terceirizados.
As entidades sindicais têm lutado em defesa dos funcionários da Petrobrás transferidos da refinaria após a privatização. Em fevereiro, durante uma viagem ao Oriente Médio, o presidente da Petrobrás, Jean Paul Prates, anunciou uma parceria com o fundo árabe Mubadala Investment Company para a estatal brasileira retomar a operação da refinaria.
Em um vídeo publicado nas redes sociais, o Coordenador-geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Deyvid Bacelar, mostrou indignação com a situação e afirmou que “não faz sentido que trabalhadores e trabalhadoras estejam sendo demitidos justamente no momento em que a Petrobras negocia o retorno dela para essa importante refinaria do país”, disse.
No entanto, há relatos de redução no número de efetivos, próprios e terceirizados, pela Acelen, o que impacta na manutenção das unidades e na segurança das atividades, segundo declarações de representantes sindicais.
Além disso, há denúncias de que no Terminal Madre de Deus, também na Bahia, operado pela Transpetro mas vendido ao fundo Mubadala junto com a Refinaria de Mataripe, os contratos de manutenção foram reduzidos, provocando mais demissões.
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Em pronunciamento, Deyvid Bacelar destacou a importância dos trabalhadores na manutenção, operação, inspeção, segurança e administração da refinaria. Ele enfatizou que a Refinaria de Mataripe é um dos maiores negócios da Bahia e a maior indústria do Nordeste e do país.
A manutenção adequada das operações é importante não apenas para a economia local, mas também para a segurança e estabilidade do setor petrolífero como um todo.