Argentina anuncia superávit fiscal após 12 anos, mas pobreza atinge 57,4% da população

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Na última sexta-feira (16), o governo argentino anunciou que obteve superávit fiscal em janeiro pela primeira vez após 12 anos. Mas por outro lado, a pobreza que representava 49,5% da população em dezembro de 2023, subiu para 57,4% em janeiro deste ano, atingindo 27 milhões de argentinos. Este é o nível mais alto dos últimos 20 anos, de acordo com relatório do Observatório da Dívida Social Argentina.

O superávit fiscal primário, ocorre quando as receitas do governo são maiores do que as despesas primárias, sem contar os juros da dívida pública. No caso do governo de Javier Milei, houve superávit das contas no valor de US$589 milhões, porém contrasta com números recordes de pobreza, pois o governo teve de realizar cortes que impactam a população.

A pobreza no país aumentou após as medidas de Milei /Foto: Ronaldo Schemidt – AFP

Para aumentar as receitas, Milei teve de cortar gastos e aumentar impostos. Em dezembro, quando assumiu a presidência, lançou o “Plano Motoserra”, que entre 14 medidas anunciou, corte de verbas para obras públicas, o não aumento do financiamento das universidades federais e a falta de adequação de salários públicos ao orçamento congelado.

Ainda fora do plano, a Argentina não terá mais o preço das passagens de transportes públicos congeladas. A verba pública para publicidade governamental foi suspensa, além do corte de 5 mil funcionários públicos.

O relatório, “Argentina século XXI: Dívidas sociais crônicas e desigualdades crescentes. Perspectivas e desafios”, mostra que os números de pessoas na pobreza está diretamente relacionado a desvalorização promovida pelo governo em dezembro, que além dos cortes citados, aumentou os valores das cestas básicas e do total de alimentos.

Outro número preocupante é que a indigência foi localizada pelo relatório em 15% do país. Mas o ministro da Economia, Luis Caputo, segue firme na meta e disse em sua conta do X (antigo Twitter), que o déficit fiscal zero, é inegociável para ele.

O Brasil tem meta de déficit fiscal que já provocou debate entre o ministro da Economia, Fernando Haddad e o presidente Lula.

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Thayan Mina

Thayan Mina

Thayan Mina, graduando em jornalismo pela UERJ, é músico e sambista.

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