O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) conversou com jornalistas em café da manhã, no Palácio do Planalto, Brasília, nesta sexta-feira (27). O chefe do executivo disse que não quer as “Forças Armadas brigando com bandidos nas favelas” do Rio de Janeiro, e também disse que não assinará decreto de Garantia da Lei e da Ordem (GLO), enquanto for presidente.
“Essa semana, tive reunião com os três comandantes das Forças Armadas e com o ministro [da Defesa] José Múcio para discutir uma participação deles no Rio de Janeiro. Eu não quero as Forças Armadas nas favelas brigando com bandido. Não é esse o papel das Forças Armadas e, enquanto eu for presidente, não tem GLO”, afirmou o presidente Lula.
Ele explicou que debate junto ao ministro da Defesa José Múcio, e o ministro da Justiça Flávio Dino, maneiras de dar apoio ao Estado do Rio de Janeiro na área de segurança pública. O Governo Federal já enviou a Força Nacional, que já atua no Estado e realiza operações nas rodovias, sob a liderança da Polícia Rodoviária Federal a pedido do governador Cláudio Castro (PL). Além disso, o governo projeta que Marinha e Aeronáutica apoiem as operações em portos e aeroportos.
“Nem a Polícia Federal tem que fazer o papel que é o papel da polícia do Estado. A Polícia Federal tem que ajudar investindo em inteligência, detectando as pessoas e prendendo as pessoas. A gente não vai fazer nenhuma intervenção, como já foi feito, pouco tempo atrás, em que se gastou uma fortuna com Exército no Rio de Janeiro e que não resolveu nada. Quando você faz uma intervenção abrupta, os bandidos tiram férias. Quando termina a intervenção, eles voltam”, disse Lula.
O Rio passa por grave crise de segurança pública. Neste mês, mais de 20 mil alunos ficam sem aula devido a operações em favelas do Rio, e 35 ônibus foram queimados na cidade, deixando mais de 17 mil alunos ficam sem aulas após ação da milícia na Zona Oeste do Rio.
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