OAB-SP cria Medalha Tereza de Benguela para homenagear advogadas negras

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Celebrado no Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, a medalha reconhece  e destaca a relevância das contribuições da advocacia negra para a sociedade

Durante a 2.504ª Sessão Ordinária do Conselho Pleno da Ordem dos Advogados do Brasil Seção São Paulo (OAB SP), realizada na última semana, foi referendada por aclamação a medalha Tereza Benguela, com o objetivo de homenagear e reconhecer a notável contribuição de todas as mulheres negras ao longo da história da OAB SP em prol a justiça e igualdade.

A celebração ficou definida para o dia 25 de julho, no Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, data que também comemora a trajetória de Tereza de Benguela.

Conhecida como “Rainha Tereza”, Tereza de Benguela foi líder do Quilombo do Quariterê, no século XVIII, e atualmente é um símbolo de liderança e empoderamento das mulheres negras na história do país por ter desempenhado um papel crucial na defesa dos direitos dos negros escravizados, representando a luta contra a opressão colonial.

Tereza de Benguela viveu no Brasil do século 18 e, por 20 anos, chefiou o Quilombo do Quariterê /Foto: Divulgação

A resolução (nº7/2023) foi proposta pela diretora secretária-geral adjunta da seccional paulista, Dione Almeida, quando assumiu a presidência da OAB SP, em exercício, por ocasião da comemoração do Dia Internacional da Mulher Negra. 

Durante as Conferências Regionais da Advocacia, evento itinerante que percorre cidades do interior e litoral do estado, e promovidas pelo Universo OAB SP – composto pela Ordem paulista, suas subseções, Caixa de Assistência dos Advogados de São Paulo (CAASP), Escola Superior da Advocacia (ESA) e OABPrev-SP –,  Dione Almeida realizou encontro com líderes, diretores e advogados negros que se dedicam e atuam junto com a OAB paulista em prol de uma advocacia justa e igualitária. 

Refletindo sobre a importância  de registrar esse trabalho da advocacia negra e feminina e combater o apagamento naturalizado pelo racismo estrutural, a secretária-geral adjunta comenta sobre a relevância da medalha referendada por aclamação.

São 251 subseções no Estado de São Paulo, onde mulheres negras dedicam seu tempo para a advocacia, e elas precisam ter esse trabalho reconhecido. A medalha não vem apenas para homenagear as inscritas na OAB SP e combater o apagamento dessas mulheres, agradecendo por seus trabalhos prestados, mas também para registrar os nomes de todas as mulheres negras que contribuíram para a história da OAB SP. Fazemos parte de uma estrutura racista, que infelizmente naturaliza o apagamento do trabalho realizado até aqui por pessoas negras, e como uma instituição democrática, é o nosso compromisso promover esse reconhecimento, quebrando estereótipos e trazendo para a jovem advocacia o sentimento de pertencimento a essa entidade“, declara Dione Almeida.

A vice-presidente da Comissão da Mulheres Advogadas da OAB SP, Ana Carolina Lourenço, também se manifestou sobre o significado da medalha Tereza Benguela e sua relevância na promoção da diversidade e inclusão na advocacia. 

Ao instituir esta medalha em alusão ao da Dia da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, homenageamos não apenas a liderança Quilombola que empresta seu nome a honraria, mas todas as notáveis dirigentes de subseções paulistas, conselheiras da OAB SP e advogadas negras que dia após dia, se dedicam ao fortalecimento dos nossos valores mais sagrados. Esta não é apenas uma medalha, mas uma manifestação tangível de nossa gratidão, respeito e compromisso com aquelas que com sua dedicação e esforço tem moldado a advocacia paulista”, afirma Ana Carolina. 

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