Milhares de americanos foram às ruas nesta terça-feira (26) à noite, na cidade de Minneapolis, em Minnesota, para protestar após a divulgação de um vídeo em que um policial branco aparece com os joelhos sobre o pescoço de um homem negro, mesmo ele pedindo repetidas vezes: “não me mate”. George Floyd, 40 anos, é mais um caso de um homem negro violentamente assassinado durante uma abordagem policial nos EUA.
As imagens, que foram colhidas na segunda-feira (25), mostram que Floyd também disse repetidamente: “Não consigo respirar”, frase que os manifestantes gritaram no protesto de ontem à noite. A manifestação começou no local da ação policial e teve fim nos arredores da delegacia, de onde a polícia lançou gás lacrimogêneo e fez disparos com bala de borracha para dispersar os manifestantes, segundo a imprensa local.
Entenda o caso
A polícia de Minneapolis afirmou, através de um comunicado, que George Floyd morreu “após um incidente médico durante uma interação policial” nesta segunda-feira (25). Segundo o mesmo comunicado, os policiais estavam atendendo a uma chamada que dizia que um homem tentava usar cartões falsos em uma loja de conveniência. Ele foi localizado em um veículo, mas resistiu sair do carro, segundo a Polícia. Ainda de acordo com a nota, “os policiais conseguiram algemar o suspeito e notaram que ele parecia estar sofrendo de problemas médicos”.
O vídeo feito por uma testemunha mostra que pessoas que estavam no local do crime contra George pediram ao policial para que retirasse o joelho do pescoço dele, pois ele não estava se mexendo: “Seu nariz está sangrando”, diziam alguns. E outros pediam: “Saia do pescoço dele”.
Desdobramentos
Pelo Twitter, o prefeito de Minneapolis, Jacob Frey, disse ontem à tarde que demitiu os quatro agentes “ligados aos fatos que resultaram na morte de Floyd”. Um deles é o policial flagrado nas imagens ajoelhado sobre o pescoço de George . “Ser afro-americano nos Estados Unidos não deveria ser uma pena de morte”, admitiu o prefeito.
A polícia de Minneapolis declarou à imprensa nesta terça-feira que deve revisar o tipo de abordagem em que usa de força para “colocar alguém sob controle”. O FBI, que entrou nas investigações, não quis comentar o caso. Artistas americanos como Jamie Foxx e astros da NBA como Lebron James também protestaram: “Você entende AGORA? Ou sua visão ainda está embaçada? #Acorde”, tuitou LeBron.
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